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Um dos obstáculos à implantação da coleta seletiva é

seucustoelevadoemrelaçãoàcoletaconvencional. Custo

este que acaba constituindo um entrave, em relação ao

qual alguma solução precisará ser encontrada.

Outro ponto que deve receber atenção é a legislação

tributária pertinente à empresa 100% recicladora, que

produz a partir de uma matéria-prima já tributada em

sua origem e que hoje, da forma em que se encontra a

legislação, acaba sendo novamente tributada quando

reciclada. Uma legislação justa, que promova e incentive

a indústria recicladora éumadas exigências críticaspara

o crescimento desse setor.

Apesar de todas asdificuldades, a reciclagemde emba-

lagens avança paulatinamente. Já temos resultados que

merecemser comemorados por todos os brasileiros, pois

nossosnúmerosnão sãode desprezar. Podemos afirmar,

combasenosdadosexistentes, coletadospelasprincipais

entidades que se dedicamao tema, que 65,3%de todas as

embalagens produzidas noBrasil voltampara as fábricas

para ser recicladas. Esse número surpreendente destoa

atédavisãodosprofissionaisdosetorque, numapesquisa

realizada pelo Núcleo de Estudos da EmbalagemESPM,

afirmaram acreditar que mais de 50% do lixo urbano é

constituídopor embalagensequeamaioriadelasacabava

tendo como destino final o lixão.

Aconsistênciadessepercentuallevantadopelasentida-

dessetoriaispodeser verificadanos índicesde reciclagem

alcançadospelosprincipaistiposdeembalagemutilizados

no país, começando pela lata de alumínio, e na exemplar

logística reversa implantadapelos fabricantesdeste setor

que se uniram, criando uma entidade, a Associação Bra-

sileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade

(Abralatas), enumcompetenteprogramaparapromover a

reciclagemdesuasembalagensealcançarosresultadosque

estamosvendo

.Resultado:oíndicedereciclagemdelatasde

alumínionoBrasil alcançou97,9%, superandooJapão, que

recicla 92,5%, os EstadosUnidos (67%) e aEuropa (66,7%).

Mesmo com um território continental como o nosso,

o sistema logístico montado para recuperar o alumínio

consegue fazer com que uma latinha utilizada no Acre

venha parar numa fábrica recicladora localizada na via

Dutra. Recordista mundial, o Brasil recicla mais de 54

milhões de latinhas por dia.

Alémdesse resultado extraordinário alcançado pela

lata de alumínio, o país conseguiu um índice muito

expressivo na reciclagem das caixas de papelão, cujo

índice atual supera 78%, de acordo com a Associação

Brasileira do PapelãoOndulado (ABPO). Já a Associação

Brasileirada IndústriadoPET (Abipet) apontaqueo setor

alcançou60%deembalagensPETrecicladas,desempenho

que nos coloca nomesmo patamar de França, Finlândia

e República Checa. No caso do PET, vale ressaltar que

existemhojenoBrasilmaisde400empresas recicladoras

dessematerial, que desenvolverammilhares de aplica-

ções, que vão desde a utilização da resina de poliéster

retiradadas garrafaspara fabricaçãode tintas, camisetas

Aatividade de reciclagemde embalagemno Brasil, incluindo as indústrias

recicladoras, geroumais de R$ 10 bilhões em2012 e estima-se que

umvalor semelhante ainda pode ser resgatado do lixo a partir da

coleta seletiva, dobrando o faturamento deste setor nos próximos anos

março/abrilde2014|

RevistadaESPM

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