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35,4 mil toneladas de resíduos plásticos, metal, aço,
vidro e alumínio — que são mais difíceis de degradar
no ambiente.
Desse volume, dois milhões de toneladas refe-
rem-se ao consumo aparente de embalagens (sem
englobar exportações e importações). Esse montante
está dividido nas categorias de papel e papelão (4,1
milhões/t), vidro (1 milhão/t), aço (886 mil/t), plás-
tico (782 mil/t) e alumínio (347 mil/t). Aqui temos
uma curiosidade: o plástico compõe de 10% a 13% do
lixo urbano em peso, mas 30% em volume, daí sua
visibilidade maior e imediata.
Enquanto esse imenso descarte acontece, temos
no Brasil um exemplo que é considerado referência
internacional em logística reversa e recolhimento
de embalagens vazias: o Sistema Campo Limpo, que
em 2014 completa 12 anos de vida. No ano passado, a
iniciativa conseguiu recolher e reciclar 40.404 tone-
ladas de embalagens primárias de defensivos agrí-
colas espalhadas pelo Brasil.
No final da linha, com o material já reciclado,
fabricam-se então dutos para fios elétricos, caixas
plásticas, caçambas, embalagens para óleo automo-
tivo, tubos para esgoto, suportes para fios de postes
de energia, sacos plásticos para incineração de lixo
hospitalar e componentes para embalagens de defen-
sivos, entre inúmeras utilidades.
O programa também apresenta ganhos sociais
— como os 1,5 mil empregos diretos ligados ao Sis-
tema Campo Limpo — e, principalmente, proteção
ambiental. Em 2012, por exemplo, o programa per-
mitiu que 343 mil toneladas de CO
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deixassem de ser
emitidas, pelo recolhimento e destinação adequada
das embalagens vazias.
Recordista mundial
Tudo começou com a Lei Federal 9.974/2000 e o
Decreto Federal 4.074/2002, que tornaram obriga-
tório o recolhimento de embalagens vazias na cadeia
comercial dos agrotóxicos. Logo depois, em 2002,
nasceu o Sistema Campo Limpo, para promover a
logística reversa de embalagens vazias de defensi-
vos agrícolas no Brasil. Formado pela indústria de
defensivos agrícolas, representada pelo Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens Vazias
(inpEV), por canais de distribuição (distribuidores,
revendas e cooperativas) e agricultores, o projeto
conta com apoio do poder público.
Atualmente, o Brasil ocupa o posto de país que mais
recolhe embalagens vazias de agrotóxicos. Em 2013, o
mercado brasileiro bateu um novo recorde na catego-
ria, ao promover o recolhimento de 94% das embala-
gens devolvidas pelos agricultores. Enquanto isso, a
França, por exemplo, recolheu 77% de suas embalagens
vazias. Na Alemanha, o índice foi de 67%. No Japão, o
retorno gira em torno de 50%. Já nos Estados Unidos,
a média é de 33%.
Sob uma perspectiva histórica, hoje é possível cre-
ditar o sucesso desse programa, em primeiro lugar,
à legislação, que instaurou uma nova determinação:
ao adquirir defensivos, o produtor rural tem de devol-
ver em até um ano as embalagens dos produtos. A
subsequente conscientização dos agricultores tam-
bém foi decisiva, assim como a liderança da indústria
em todo o processo e o suporte essencial dos canais
distribuidores.
Talvez aí esteja o grande segredo do Sistema Campo
Limpo, pois em cadeias produtivas costuma-se dizer
que não existem heróis. Na verdade, vários segmentos