A
produçãode embalagens éumcomponente
importantena economiadasnaçõesdesen-
volvidas. Isso se deve ao fatode os produtos
necessitaremdeembalagemparaseremdis-
tribuídos. Hoje, mais de 80% de tudo o que é produzido
nas fábricas é encaminhadoaomercadodentrode algum
tipo de embalagem. As motocicletas Harley-Davidson,
por exemplo, produzidas na fábrica de Manaus, che-
gamàs concessionárias embaladas emcaixas de pape-
lão ondulado reforçadas internamente comsuportes de
madeira. Os equipamentos industriais são embalados
emcaixotes de compensado, ocafé é exportadoemsacos
de ráfia, o suco de laranja em tambores de 200 litros, as
frutas e verduras são levadas das lavouras emcaixas, e
quase todas as embalagens de produtosmenores circu-
lampelo país dentro de caixas de papelão.
O fornecimento de embalagens é tão crítico que, na
eventualidadeda faltadeste insumonaprodução, amaio-
ria dos produtos não conseguiria deixar as fábricas e as
empresas parariamde emitir notas fiscais.
A indústriabrasileirade embalagemestá alinhada tec-
nologicamente e em capacidade de produção com suas
congêneres dos países desenvolvidos e aqui estão pre-
sentes com suas fábricas, 18 das 20 maiores indústrias
mundiais desse segmento. Nosso país produz e exporta
muitos tipos de embalagem.
No ano passado, os fabricantes nacionais obtiveram
receita bruta de vendas de R$ 52,36 bilhões, superando
R$ 46,7 bilhões gerados em 2012. Esse valor representa
uma parcela significativa doPIBnacional e temperspec-
tiva de crescer mais 1,7% em 2014. Este, portanto, é um
dos setores emque o Brasil não está atrasado.
As empresas que atuam no segmento de consumo, a
indústria farmacêutica, os fabricantes de bebidas, cos-
méticos, eletroeletrônicos e todos os demais produtores
de bens de consumo que utilizam embalagens despejam
diariamente nomercadomilhões emilhões de unidades.
Para se ter ideia, um fabricante de cereal matinal produz
45 milhões de caixas por mês, ou ummilhão e meio de
embalagens por dia, uma única marca de sabonete con-
somemais de 200 toneladas pormês de papel cartãopara
suas caixinhas e um fabricante de doces coloca no mer-
cadomensalmente 4,5 milhões de quilos de balas emba-
ladas uma a uma.
Milhões de garrafas de cerveja, refrigerantes e água
mineral circulampelopaísmatandoasededosbrasileiros
emilhões demedicamentos são distribuídos em farmá-
cias, hospitais epostos de saúdenumaoperação logística
grandiosa que enche nossas estradas de caminhões car-
regados. Fazer comque todas essas embalagens recebam
umencaminhamentoadequadoapós entregaremnodes-
tino e veremconsumidoo conteúdoque conduziramnão
é tarefa fácil (ver
Mapa da reciclagem
na página ao lado).
O destino dessas embalagens pós-consumo se torna
umproblemaparaasprefeiturasmunicipais, aquemcabe
providenciar a coleta de lixo, pois esse é o destino dos
assim chamados “resíduos sólidos urbanos” (RSU), nos
quaisasembalagensfiguramcomoumdoscomponentes.
Quando se trata desse tema, a questão ambiental tem
dominado de tal forma os debates sobre o que fazer com
o lixo urbano, que vem sobrepujando até a questão do
saneamento público a ponto de merecer a promulga-
ção de uma lei federal específica para tratar do destino
dos RSU. Essa legislação prevê a ação integrada e a res-
ponsabilidade compartilhada entre estado, empresas e
sociedade e objetiva reduzir os problemas decorrentes
do impacto ambiental causado pelo lixo urbano. Umdos
principais objetivos dessa legislação é ampliar os índi-
ces de reciclagem, estabelecendo compromissos com
metas a serem alcançadas, progressivamente.
Sem dúvida, a adoção da Lei de Resíduos Sólidos vai
trazer, no futuro, muitos benefícios para os três agentes
comprometidos com sua aplicação: o poder público, as
empresas e a sociedade emgeral. E vale a pena dar uma
olhadanopanoramaatualdareciclagemdeembalagemno
Brasil e na logística reversa empregada emsua operação
No ano passado, os fabricantes nacionais de embalagens obtiveram
receita bruta de vendas de R$ 52,36 bilhões, superando os R$ 46,7 bilhões
gerados em2012. Esse valor representa uma parcela significativa
do PIBnacional e temperspectiva de crescermais 1,7%em2014
Mercado
Revista da ESPM
|março/abril de 2014
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