janeiro/fevereirode2014|
RevistadaESPM
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US$130milhõesnasprimeirassemanasnomercadoame-
ricano, não se constituindo necessariamente numfilme
de grande bilheteria, porémvendeumais de seismilhões
deDVDs na semana de lançamento nomesmomercado,
tornando-seumgrandesucessonosegmentode
homevideo
e possibilitando uma sequência. Nesse caso, destina-se a
dois tiposdepúblico: aquelesquecomercializameoutros,
como as pessoas físicas, para entretenimento.
Emoutra frente, aTVacaboéutilizadaemumsegundo
momento. Mais de um ano após o lançamento, o filme
é exibido na TV a cabo. Depois demais umano, a super-
produção vai para a TV aberta, gerando o aluguel perió-
dico e renovável a partir da negociação de pacotes com
filmes e seriados.
Ainda é possível realizar um relançamento, como,
por exemplo, a versão do diretor e remasterização, como
ocorreu coma trilogia
Star Wars
ou
Gone With the Wind
,
recomeçando um novo ciclo de vida nos cinemas. Fato
é, por exemplo, que a atualização da tecnologia 3-D em
Avatar
(2010), de James Cameron, impulsionou umnovo
ciclo de vida comercial a outros filmes, como a trilogia
Jurassic Park
, em 2013.
Sem um final feliz?
Comoomercadoamericano temsofridoquedas sensíveis
na arrecadação das bilheterias, ora pela falta de criativi-
dadee inovaçãonos roteiros, orapelos errosdemarketing
regional e internacional, os investidores do setor muda-
ramsuas estratégias emrelação aos seus investimentos,
bem como a forma de captação de receita. As produções
passarama ser realizadas em locais emque há facilidade
de obtençãode incentivosfiscais e custosmenores. Além
disso, a receita agora é avaliada no desempenho total no
mercado internacional, uma vezque abilheteriamundial
temaumentado numa proporçãomaior (6%, em2012) do
que a dos Estados Unidos, muito pelo crescimento dos
emergentes, como China e Rússia, e também pela novi-
dade gerada pelo formato 3-D.
Observa-sequehouveumamudançana lógicadosestú-
dios, comadiversificaçãodosmeiosdedivulgação. Nessa
nova ótica, as sequências de
CapitãoAmérica
e
Thor
serão
possíveis, considerando o mercado global e outros pro-
dutos de sustentação, como
Os Vingadores
. Atualmente,
os mercados mais significativos e alvo das estratégias
são: China, Japão, Reino Unido, França, Índia, Alema-
nha, Coreia do Sul, Rússia, Austrália e Brasil. Agora, de
nada adianta desenvolver estratégias altamente criati-
vas de comunicação integrada e de marketing interna-
cional se não houver a oferta de umbomproduto aomer-
cado consumidor. É isso que ocorre com
X-Men Origens:
Wolverine
e a refilmagemde
The Day the Earth Stood Still
,
que pecampela qualidade do roteiro, ritmo da história e,
principalmente, pelos conceitos nada criativos para os
tempos atuais. O primeiro desvirtua o perfil do anti-he-
rói e o segundo não estabelece vínculo coma sociedade
atual. Se a versão original de Robert Wise (baseada no
conto
Farewell to the Master
, deHarry Bates) debatia poli-
ticamente aGuerra Fria e nuclear, a refilmagemparte do
pressupostode que estamos impactandoanatureza,mas
necessitamos de redenção, semque, contudo, haja uma
discussão aprofundada sobre o assunto. E pensar que
os especialistas da área cinematográfica ainda tentam
entender a queda sucessiva das bilheterias... O roteiro
é simples: basta pensar no marketing internacional e,
principalmente, no respeito ao público!
Edmir Kuazaqui
Doutor e mestre em administração, pós-graduado
em marketing, professor da ESPM, autor de livros,
consultor e presidente da Academia de Talentos
O filme
VeronicaMars: A jovemespiã
estreia emmarço
como o primeiro longa-metragem inteiramente financiado
por fãs da série de TV. Emapenas dez horas, a campanha
na internet arrecadouUS$ 2milhões emdoações
divulgação