maio/junhode2014|
RevistadaESPM
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vertical dentro de uma universidade.
E creio que esse é o caminho: atrair a
comunidade acadêmica para iniciar
o processo. Um estudante poderá, no
futuro, obter graduaçãoemagricultura
fechada,montar seuplanodenegócios
e conseguir recursos em um banco
para criar sua própria fazenda vertical.
Arnaldo –
Os exemplos que o se-
nhor mencionou estão ocorrendo em
países desenvolvidos. Como adaptar
essa tecnologia para as necessidades
dos países em desenvolvimento como
a Índia, onde existe uma questão
muito séria de segurança alimentar?
Despommier –
Você tem razão. Até
agora esse modelo só surgiu em paí-
ses mais industrializados. Todas as
grandes ideias relacionadas à tecno-
logia surgemcomcustos elevados que
só os mais ricos podem conseguir:
TVs de plasma, telefones celulares,
carros, viagens de avião... A partir do
momento em que você convence uma
pessoa rica de que aquela ideia é boa,
haverá gente para prover esse pro-
duto ou serviço. E os outros também
vão querer ter acesso a isso, mas em
outro nível de custos. Hoje pode-se
comprar um carro com US$ 2 mil na
Índia. Todo mundo lá possui telefones
celulares e a maioria dos hotéis já tem
TVs de plasma, porque a tecnologia
ficou barata. Então o primeiro passo é
convencer os ricos de que as fazendas
verticais são uma boa ideia. E elas são!
Eu não creio que será muito diferente
dos outros exemplos. As fazendas
verticais vão surgir nos países mais
desenvolvidos, com maior nível de
educação, onde as pessoas já veem de
maneira favorável uma alimentação
de melhor qualidade, com produtos
frescos e que não agridam o meio-am-
biente. Com o sistema implantado,
todo mundo vai querer o mesmo e o
custo de produção começará a cair.
OprojetoPasonaO2 é uma fazenda vertical de nove andares, que ficano centro financeiro de Tóquio
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