setembro/outubrode2014|
RevistadaESPM
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Vivemos ummomento único de quebra de paradigma
do própriomodelo de produção, pois asmídias sociais e
a cultura dos “apps” (aplicativos) permitem a produção
coletiva e colaborativa, a umcusto baixíssimo de distri-
buição e com a possibilidade de exploração da “gratui-
dade” como uma forma de atrair usuários-clientes para,
posteriormente, cobrar deles o preço do serviço com o
uso de uma nova moeda: a informação.
Porisso,asmídiassociaisalcançaram,nosúltimosanos,
a posição de primeiro lugar, onde se pode achar alguém
oumesmoobter uma informação, qualquer que seja. Isso
gera uma profunda mudança na estrutura organizacio-
nal tradicional. As empresas estão cada vezmais fluidas
e semmuros, o que exige umamaior conduta ética, mais
integridade executiva emais governança corporativa.
Como resultado da maior distribuição de conheci-
mento por meio da descentralização da informação,
dá-semais poder ao indivíduo e garante-se a liberdade.
Por isso, eventos comoWikiLeaks são apenas a ponta do
iceberg e tendem a aumentar, com revoluções sociais-
digitais ocorrendo via web como foi com a Tunísia.
Mas não é só isso. O indivíduo que detémmais conhe-
cimentonãoquer dizer que tenhamais educação e esteja
preparado para aceitar toda a diversidade que a proximi-
dadedestagrandealdeiadigital trouxepara seuambiente
de convivência social. E isso faz aumentar os incidentes
de abuso da liberdade por meio da prática de ofensas,
discriminação, preconceito e perseguição.
Portanto, quando o Brasil optou por criar uma nova
lei para tratar de algumas dessas questões, acompa-
nhando a tendência europeia e em resposta à espiona-
gem eletrônica norte-americana, que foi sancionada
pela presidente Dilma Rousseff como marco legal da
internet brasileira, e chamada de Marco Civil (MCI),
isso determinou um marco histórico para o mundo
Seráque estamos preparados para
assumir umaposiçãode tamanha
liberdade ou issopode trazer efeitos
colaterais indesejados?
Agora, os altos executivos das empresas estãomais
expostos, pois anão ser que apareça uma foto de um
presidente ”peladinho”, praticamente todo o resto
dependerá de ordem judicial para ser removido daweb
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