O conar
25anosDepois
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REV I STA DA ESPM–
S E T EMB RO
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OU T U B RO
D E
2005
pareceatémuitosimples.Noentanto,
a preparação do código de auto-
regulamentação da propaganda e a
criaçãodeseuórgão regulador,queé
o CONAR, foram objeto de muita
discussãoentreanunciantes,publicitá-
rios e veículos. Estava em cheque o
princípio sagrado da liberdade de
expressão, mas prevaleceu o bom-
sensoe todosconcordaramafinal em
adotar um código que impusesse
restrições e sanções aos exageros
cometidosemnomedessa liberdade.
De ummodo geral, as normas do
Código são de cunho ético, moral
(respeito à verdade) e profissional.
Através dos anos de sua implemen-
tação, o Código resultou numa
melhoria sensível dopadrãoéticoe
profissional da propaganda comer-
cialbrasileira.Tantoassimquenosso
Código já serviu de exemplo aos
Códigos de outros países, inclusive
alguns de elevado nível de desen-
volvimento econômico e social.
Paralelamente,o respeitoaoCódigo
pelos publicitários em geral contri-
buiu bastante para o elevado nível
decredibilidadedequegozaanossa
propaganda comercial. Parece
curioso tratarmos desse tema no
momentomesmoemquea imagem
ética dos publicitários é colocada
em cheque pelo “Valérioduto” do
mensalão e pelas peripécias de
DudaMendonça. Mas a verdade é
que existe uma grande diferença
entre a propaganda comercial e a
propaganda política-eleitoral. As
pessoas acreditam nas promessas
dosanúnciosdeserviçoseprodutos,
muito mais do que nas promessas
feitaspelospartidosecandidatosem
suas campanhas político-eleitorais.
Tanto é assim, que o termo “mar-
queteiro”,porexemplo,éassociado
especificamente a campanhas de
cunho político e a um compor-
tamento altamente duvidoso. Nin-
guém associa “marqueteiro” aos
profissionais que cuidam dos
anúncios da General Motors ou da
Sadia, por exemplo.