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março/abrilde2014|

RevistadaESPM

101

se a operação está correta ou não.

Realizamos

benchmark

por região,

por canal, por segmento e entre as

nossas unidades de negócio, para

que realmente o

peer pressure

[a

pressão da comparação com o de-

sempenho dos pares] seja um dos

indicadores de eficiência e para que

se reconheçam aqueles que fazem o

melhor trabalho.

Alexandre –

É uma espécie de Kaizen,

um processo de melhoria contínua?

Walter –

Essa busca por melhoria

contínua é um dos fatores de des-

taque do grupo. No ano passado, a

agência de classificação de risco de

crédito Fitch Ratings, que faz a ava-

liação anual do Martins, informou

que somente oito empresas no Brasil

tiveram

upgrade

. O Martins foi uma

delas. Além disso, foi também a

primeira vez na história da Fitch em

que uma empresa teve duplo

upgra-

de

no mesmo ano.

Alexandre –

Como conseguiram

duplo

upgrade

num cenário macroe-

conômico tão adverso?

Walter –

Melhoramos a nossa efi-

ciência e os nossos processos de

gestão. Investimos em ferramen-

tas que nos ajudaram a melhorar

nossa operação. E, a lém disso,

temos resultados consistentes.

Nós tivemos, com o encerramento

de 2013, três anos consecutivos

ganhando market share nas cate-

gorias em que atuamos.

Alexandre –

No que tange a ganhos

de eficiência e produtividade, qual é o

peso da logística?

Walter –

Grande. Além do que já

mencionei, trocamos nos últimos

três anos mais de 400 caminhões. A

maioria agora é compacta. São Veí-

culos Urbanos Compactos (VUCs),

para atuar em grandes centros ur-

banos, onde o trânsito está cada vez

mais complexo. Nós melhoramos

a taxa de ocupação do caminhão,

melhoramos o custo de manutenção

e também passamos a ter um raio de

quilometragem que melhora o nível

de serviço para o nosso cliente. Hoje,

em várias regiões metropolitanas,

passamos a entregar em 48 horas.

Isso torna o Martins o principal

abastecedor de uma série de catego-

rias para milhares de clientes.

Alexandre –

Vocês anunciaram

investimentos de R$ 20 milhões em

infraestrutura, incorporação de novas

tecnologias, capacitação da equipe de

venda e ampliação da frota. Quanto

foi destinado à logística?

Walter –

Em torno de 70%. É a nossa

principal atividade. A maioria das

ferramentas é para melhoria da

eficiência e da produtividade. Para

fazer mais entregas por motorista

e entregar com um nível de servi-

ço melhor. Para entregar com um

lead time

[período entre o início

de uma atividade e o seu término]

menor. Além disso, temos um mo-

nitoramento do nível de satisfação

do cliente. Realizamos pesquisas

quantitativas com a Vox Populi,

captando a percepção do cliente. É

toda uma busca por atender bem ao

cliente, ajudá-lo no seu desenvolvi-

mento, para que ele preste um ser-

viço melhor para o consumidor que

está indo na loja dele. No fundo, tudo

o que fazemos é para ajudar o vare-

jista a se desenvolver e vender mais

e melhor. Para que ele passe a com-

prar mais categorias doMartins.

Alexandre –

Apesar da economia

fraca, 2013 foi um dos melhores anos

do Martins. Como?

Walter –

Ganhamos participação

na maioria das categorias, em quase

todas as regiões do país.

Alexandre –

Além de a economia

não estar ajudando, a infraestrutura

continua atrapalhando?

Walter –

Esse é um dos nossos de-

safios. Por isso é que, para nós, a re-

gionalização é uma das prioridades.

Ela está no nosso radar estratégico

como uma das principais iniciativas.

Nós vamos continuar regionalizan-

do o Martins, sempre que possível,

porque temos de olhar para a questão

do custo de servir. A infraestrutura

impacta diretamente a nossa opera-

ção. Muitas vezes, o nosso custo de

servir aumenta em função de uma

infraestrutura precária em diversas

regiões do nosso país. A regiona-

Emvárias regiõesmetropolitanas, passamos

a entregar em48 horas. Isso torna oMartins

o principal abastecedor de uma série

de categorias paramilhares de clientes