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Opreçodaincerteza:

odesafio

deprecificaros investimentos

eminfraestrutura logística

Épossível medir um investimento logístico de grande portemuito antes do seu início.

Confira osmétodosmais utilizados para avaliar o retorno que umdeterminado

empreendimento terá e quais são seus impactos no dia a dia do negócio

Por GustavoMirapalheta

N

a área de logística e gestão de cadeias de

suprimento emgeral, umdos tópicosmais

desafiadores é oda precificaçãode projetos.

Tais projetos envolvemuma grande quanti-

dade de ativos, os quais serão utilizados por uma ampla

variedade de pessoas ao longo de vários anos. Dado o

amplo escopo de espaço e de tempo, a variabilidade de

resultados é parte do dia a dia de qualquer gestor envol-

vido na implantação ou na operação de tais sistemas.

Nesse tipo de empreitada, a forma tradicional de preci-

ficação de um projeto é o método do fluxo de caixa des-

contado. Duas teses detalhamesse tema:

Fluxo de caixa

descontado: metodologias e critérios adotados na determi-

nação da taxa de desconto

, deMichele Rílany Rodrigues

Machado (Universidade de Brasília, 2007), e

Avaliação

da empresa Aracruz Celulose com foco no método do fluxo

de caixa descontado

, de Otilio José Plentz (Universidade

Federal do Rio Grande do Sul, 2008). No fluxo de caixa

descontado, os gestores avaliam quanto será gerado

de valor ao longo do tempo, geralmente ano a ano, pela

utilização dos recursos em análise. Em seguida, esses

valores são trazidos a valor presente pela utilização de

uma taxa de retorno adequada, tambémdenominada de

taxa de desconto. Dessa soma é subtraído o valor neces-

sário para colocar o projeto em operação, obtendo-se o

chamado valor presente líquido (VPL) de um projeto.

Se o VPL for positivo, o projeto é aceito; caso contrário,

deverá ser reformulado ou abandonado integralmente.

OmétododoVPL,apesardesualógicaeamplaaceitação

pelos executivos emgeral, apresenta alguns problemas.

O resultado final é único (uma decisão de investir ou

não) e ele é obtido a partir de uma única medida (o pró-

prio VPL). Para tanto, é necessário estimar uma série de

valores futuros, os quais podem ou não tornar-se reali-

dade. Cada um desses valores, por sua vez, depende da

implantação de um ou mais sistemas altamente com-

plexos, cuja operação relaciona-se a uma série de fato-

res externos à empresa, difíceis de seremprevistos. Em

resumo, executar uma análise pelométodo do VPL sig-

nifica trabalhar com uma série de fatores futuros alta-

mente incertos.

Uma das formas de contornar tal limitação é a uti-

lização de três cenários: pessimista; otimista; e inter-

mediário, muitas vezes, denominado de provável. No

primeiro cenário tenta-se colocar tudo de errado que

pode acontecer, obtendo-se uma estimativa baixa para

o VPL. Faz-se o oposto no cenário otimista e se obtém

uma estimativa alta (um limite superior) para o VPL.

A principal vantagem em relação ao método que apre-

senta apenas um cenário é que agora se tem uma faixa

de variação para o resultado final. Quanto menor for

essa faixa, mais confiantes deveremos estar a respeito

das perspectivas para o projeto emanálise e vice-versa.

No entanto, essa forma abre a questão do quão pro-

vável poderá ser um resultado futuro. Podemos ter três

cenários que representam uma ampla faixa de resulta-

dos, mas quão provável será a ocorrência de cada um

deles? Alémdisso, a grande variabilidade de opções na

fase de implantação e a gama de resultados intermediá-

rios no processo de operação garantemque existirá um

finanças

Revista da ESPM

|março/abril de 2014

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