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estava baseada numa oferta ilimitada de recursos natu-

rais, que poderiam ser processados, consumidos, des-

cartados e lançados novamente ao ambiente. Este seria,

então, encarregado de absorvê-los e transformá-los, em

umsistema cíclico natural. Porémo alto consumo tanto

intensificou a demanda por recursos quanto acelerou a

velocidadedosdescartes, semconsideraro temponatural

do ciclo ambiental. Oque vemos hoje é umdescompasso

entre a velocidade de extração e utilização dos recursos

com a capacidade da oferta ambiental desses recursos

pelo planeta. Somam-se a isso o aumento populacional

e o respectivo aumento

per capita

, que são estimulados

e reforçados tambémcomo alternativas às crises econô-

micas. Para se ter uma dimensão do problema, entre as

décadas de 1970 e 1990, a populaçãomundial cresceu na

ordemde 18%, enquanto a quantidade de resíduos sobre

a Terra passou a ser 25%maior nomesmo período.

Assim,háumdesafioprementea

osgestores:buscarfor-

masalternativasquegeremcrescimento,semprovocardes-

truição,degradaçãoeimpactosnegativosaomeioambiente,

o que demanda novos padrões de consumo de recursos. É

de suma importância ponderar limites e incremento dos

consumos materiais embenefício dos serviços sociais. A

eliminaçãododesperdícioeamanutenção, emníveis tole-

ráveis, daspoluiçõesprovocadas, querpelaprodução, quer

peloconsumodedeterminadosprodutos,podemocasionar

umdesenvolvimentomenosintensivodosrecursosemenos

degradanteparaoambiente.

Poluiçãoegeraçãodos resíduos são falhasdoprocesso,

comineficiênciasedeficiênciasnoprojetodoproduto.Dessa

forma, apoluiçãopassouaser encaradacomodesperdício

econômico, emque os recursos não foram corretamente

utilizados. O aproveitamento dos resíduos gerados pode

trazer benefícios tantodopontode vista ambiental como

econômicoesocial,taiscomoreduçãodosgastoscomacon-

dicionamento, transporteeaterros, reduçãodautilização

dos recursosnaturaisediminuiçãodos riscosambientais,

proporcionados pelos resíduos, à saúde e à sociedade.

Logística reversa

A logística reversa é umfator importante para garantir o

alcance dos objetivos da Lei 12.305/10. Foi definido que

logística reversa é “o instrumento de desenvolvimento

econômico e social caracterizado por um conjunto de

ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a

coleta e a restituiçãodos resíduos sólidos ao setor empre-

sarial, para reaproveitamento, emseu ciclo ou emoutros

ciclos produtivos, ououtradestinação”. Na literatura, são

várias as definições que envolvemo tema, podendo con-

templar ainda um recall para readequação pós-defeito,

entre outras. No caso da lei, o interesse está no resíduo

pós-consumo. Cinco setores foram enquadrados como

obrigatórios na logística reversanos termos do artigo33º

daPNRS: pilhasebaterias; pneus; lâmpadasfluorescentes

de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; óleos lubri-

ficantes, seus resíduos e embalagens; e, por fim, produ-

tos eletroeletrônicos e seus componentes.Muitos desses

setores jápossuíamleis estabelecidas emalguns estados.

A partir dessa lei, ficam todos equiparados pela lei fede-

ral. São incluídos, ainda, na análise de logística reversa,

Diversas ações estão sendo realizadas

para que a sociedade possa colaborar e

estabelecer os critérios e diretrizes do

PlanoNacional de Resíduos Sólidos

Sustentabilidade

Revista da ESPM

|março/abril de 2014

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