Os terminaismarítimos e fluviais doBrasil somam
45 portos organizados e 131 terminais de uso privativo
espalhados em7,5mil quilômetros de extensão
está na mira de grandes grupos internacionais que têm
maior fôlego financeiro para atuar na armazenagem,
transporte,
co-packing
(manuseio e embalagem) e gestão
de
supply chain
(logística integrada). Aliado a isso, está
o ritmo acelerado de crescimento do e-commerce, que
abreasportasparaosetor demovimentaçãodematerial.
Em suma, no que tange ao modal aéreo, o grande
desafio do governo é continuar transferindo para a ini-
ciativa privada a gestão de todos os grandes aeroportos,
alémde aprimorar o Código Brasileiro de Aeronáutica.
No modal rodoviário, o governo precisa assegurar
rentabilidade justa para os investidores em estradas
federais, alémde concedermaior autonomia e recursos
à ANTT. Aliado a isso, o governo deve fiscalizar mais e
melhor o excesso de peso dos caminhões que acabam
por provocar acidentes ou danos na pista de rolamento.
Nos portos o governo deve continuar abrindo licita-
ções para novas áreas portuárias e aumentar o calado
(profundidade) dos principais portos, alémde investir
em eclusas, aumentando, assim, a navegabilidade
pelos rios. No transporte ferroviário, o governo deve,
prioritariamente, retirar todas as favelas próximas
das linhas férreas, aumentar a interconexão damalha
ferroviária a outros modais e continuar licitando para
a construção de novas ferrovias.
Por outro lado, cabe às empresas privadas que atuam
no modal rodoviário aumentar o uso de ferramentas
de tecnologia de informação, como os roteirizadores,
para definir adequadamente as rotas; fazer melhor
controle de frotas; realizar processos de emissão de
CTRC (Conhecimento de Transporte Rodoviário de
Carga) por EDI (Eletronic Data Interchange), a fim de
evitar dupla digitação de informações já existentes na
base de dados dos embarcadores; aprimorar a qualifi-
cação profissional; renovar a frota; e criar uma cultura
de qualidade, visando obter melhores desempenhos
para que os embarcadores possam selecionar com
mais segurança e agilidade aqueles transportadores
que operam com as melhores práticas.
Diante desses grandes desafios, é preciso estimular
a criatividade e a ousadia na busca de soluções viáveis.
Esse é o momento para repensar modelos estruturais e
processos operacionais e reinventar práticas para que
tanto a iniciativa privada quanto o governo se unamem
benefício da logística de nosso país.
Rodolpho Weishaupt Ruiz
Engenheiro, doutor em comunicação social e mestre em
administração, é professor de pós-graduação da ESPM
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março/abrilde2014|
RevistadaESPM
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