shutterstock
I
nicialmente, é preciso entender a importância
da logística de um país dentro de um ambiente
competitivo internacional. Comecemos com
a comparação de custos no Brasil e em países
mais competitivos. Há diversas fontes de dados, e cada
uma delas pode apresentar índices diferentes, depen-
dendo de suas metodologias. Porém, todas apontam
o fato de que, quando o assunto é exportação, o Brasil
gasta o dobro comparativamente aos Estados Unidos
ou Europa. Vou tomar um índice médio de gastos em
logística no Brasil: 16% do PIB. Considerando que esse
gasto é o dobro do dos países citados, tem-se que per-
demos 8% do PIB por conta de uma logística deficiente.
Logo, uma primeira comparação de competitividade
pode ser assim descrita: em um cenário internacio-
nal — Brasil incluído —, uma empresa que apresenta
um lucro líquido de 8%, após imposto, pode ser consi-
derada exitosa. Dessa forma, uma empresa brasileira
joga fora um lucro de 8%, emmédia, por conta do gasto
a mais na cadeia logística. É fácil inferir também que
uma possível redução de 8% no preço dos produtos
poderia resultar numa maior capacidade de exporta-
ção, sem perda de lucro para as empresas.
Isso significa que o comércio exterior brasileiro pode-
ria apresentar melhores saldos e o país uma posição de
maior destaque internacional. Analisando a evolução da
balança comercial brasileira, pode-se perceber que o seu
saldo temminguado nos últimos anos (A/B), passando
de 1,61, em 2005, para praticamente 1, no ano passado.
Ou seja, a exportação era 61% maior que a importação e,
hoje, a exportação é praticamente igual à importação, em
valores (ver tabela à página36).
Mas como pode ter acontecido isso, se a variação de
câmbio foi totalmente favorável à exportação, comuma
desvalorização do real de mais 50% em relação ao dólar
em menos de três anos? No período, o valor da moeda
americana subiu de R$ 1,550, em 31 de julho de 2011,
para R$ 2,366, em 26 de janeiro de 2014, sendo que no
anopassadoodólar chegoua custar R$2,4para a compra.
Uma das respostas seria a falta de competitividade
março/abrilde2014|
RevistadaESPM
35