Agribusiness
Revista da ESPM
|março/abril de 2014
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priamente dita, incluindo transporte, armazenamento,
processamento e distribuição desses bens.
Aqui noBrasil, oconceito foi criadoporNeyBittencourt
de Araújo, à época presidente da Agroceres (organização
privadaque lideravaonegóciodegenéticavegetal eanimal
no país e no cinturão tropical do planeta, entre as déca-
das de 1980 e 1990), e que gerou a criação da Associação
Brasileira de Agribusiness (Abag). Juntos, definimos o
agronegócio como sendo o somatório do “antes da por-
teira” das fazendas (insumos,máquinas, bens e comércio
e serviços voltados ao produtor rural), como “dentro da
porteira” (a produção agropecuária propriamente dita), e
o “pós-porteira” das fazendas (armazenagem, transporte,
processamento, distribuição, varejo e serviços). Já nos
anos 2000, no núcleo de agronegócio da ESPM, passa-
mos a agregar umelo amais ao conceito explicativo das
cadeias produtivas: “alémdo pós-porteira” das fazendas,
onde a presença de ONGs, mídia, entidades de defesa
de consumidores, bem-estar animal, sustentabilidade,
partidos políticos e todo um contorno civilizatório e da
sociedade interfere e redireciona o que antigamente era
determinado, quase que exclusivamente, por decisões
econômicas, financeiras ou de políticas estratégicas de
segurança alimentar de países e de blocos.
Em 2014, nos estudos do núcleo de agronegócio da
ESPM, moldamos um novo paradigma, em que uma
impecável logística e monitoramento se apresentam
como condição
sine qua non
para o enfrentamento de
umfuturo inexorável nos seus desafios: não haverá terra
agricultável, fertilizantes, água, processamento, distri-
buição e sustentabilidade semumnovo padrão logístico,
monitoramento e design de uma agrossociedade.
Sonho de consumo
Ondepodemosenxergar, comoobservadoresdouniverso,
um ponto que aponta para uma comunidade exemplifi-
cadora desse vir a ser? No município mato-grossense de
Lucas do Rio Verde. Muitas são as cidades que cresceram
economicamentenoBrasileevoluíramnaqualidadedevida
e na distribuição de renda. Mas poucas figuramde forma
tãopositiva emdiversos quesitos civilizatórios, incluindo
educação,saúde,integraçãologísticaagroindustrialeante-
cipaçãodedemandassustentáveisedetecnologiadeponta.
reprodução
TristramStuart é umativista que anda pelomundo
comendo os alimentos das latas de lixo. Emsuas contas, os
EstadosUnidos produzemquatro vezesmais do que toda a
suanecessidade alimentar e jogammetade da comida fora