maio/junhode2014|
RevistadaESPM
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estão devidamente regrados no
sistema jurídico brasileiro, menos
o de integração. Então, precisamos
estabelecer normativas para que
se regre toda essa produção. Mes-
mo com 60 ou 70 anos de história,
é importante dar uma segurança
jurídica para esse segmento que é
de vital importância. Há um valor
muito grande que gira no país em
torno desse sistema.
Dubes –
Mas existem muitos questio-
namentos legais surgindo em relação a
esse modelo?
Rossato –
Em uma atividade que
envolve milhões de trabalhadores
no Brasil, é natural que surjam
alguns conflitos. Sempre há uma
disputa em relação a quem ganha
mais. É um setor muito sujeito a
oscilações de preço no mercado,
em função dos grãos, e facilmente
afetado por questões de consumo
no mundo, porque nós somos um
grande exportador. É um setor que
vai do campo à mesa do consumidor
e, por isso, está sujeito a grandes os-
cilações. Naturalmente, os conflitos
acontecem. Mas não são grandes.
Dubes –
Que transformação ocorreu
na vida dos agricultores familiares ao
ingressarem no sistema de produção
integrada?
Rossato –
Até por volta da década de
1960, o mercado agropecuário brasi-
leiro era um setor bastante extrati-
vista. A partir daí, passamos a intera-
gir mais com o produtor rural. Junto
com a assistência técnica, a ração e
a genética, levamos algo que sempre
faltou: um trabalho de extensão, de
aprendizado rural. Levamos gestão
para as propriedades. Colocamos
nas mãos dos produtores alto valor
agregado, genética de ponta, que pre-
cisava ser bem administrado para
gerar renda. A perda de uma matriz
de suíno, por exemplo, é de um valor
muito alto. Para preservar isso, foi
preciso levar conhecimento ao cam-
po. O próprio manejo e o bem-estar
dos animais são algo de quem não
trabalha no sistema de integração.
Localizadana cidade de SantoAntão (PE), esta é uma dasmaiores fábricas daBRF, que conta com50unidades industriais
noBrasil, 115mil funcionários e um lucro líquido deR$1,1 bilhão, registrado em2013