maio/junhode2014|
RevistadaESPM
109
Integraçãoprodutiva
napráticaenacarta
Por Dubes Cônego
Fotos: Divulgação
C
om raízes nas primeiras décadas pós-Segunda Guerra Mundial, o sis-
tema de produção integrada entre o produtor rural e a agroindústria
foi um dos pilares da estrutura que permitiu à BRF se tornar uma das
maiores companhias de alimentos do Brasil e, ao país, alcançar a li-
derança mundial na exportação de carne de frango e a quarta colocação em carne
suína. Apesar do longo histórico e dos feitos conquistados, o modelo, caracterizado
pelo fornecimento de ração, apoio financeiro e tecnológico ao produtor em troca de
exclusividade na compra de sua produção, ainda não foi regulamentado. Algo que a
agroindústria brasileira trabalha para tentar mudar em breve.
Gaúcho, formado em advocacia, Paulo Rossato é um dos executivos da BRF en-
volvidos no debate sobre o assunto. Entrou na companhia em 2000, por meio da
Sadia. Chegou com outros 13 profissionais e foi encarregado de apontar caminhos
sustentáveis para o setor, dentro de um projeto batizado de Sustentabilidade Agro-
pecuária. Entregue o trabalho, foi convidado a ficar e a estruturar umdepartamento
específico para tratar do assunto dentro da companhia. Após a fusão entre Sadia e
Perdigão, origem da BRF, ele tem sido um dos principais responsáveis pela condu-
ção da renegociação de contratos de integração com os produtores.
Nesta entrevista à
Revista da ESPM
, o executivo fala das perspectivas do mo-
vimento pela criação de uma nova lei que dê maior segurança institucional à re-
lação entre produtores integrados e a agroindústria; sobre a longa relação da BRF
com seus 13,8 mil parceiros rurais em todo o país; o desenvolvimento de tecnolo-
gia; as ações de sustentabilidade no campo; a integração pós-fusão Sadia-Perdigão
e a postura da companhia em relação a questões polêmicas, como a produção de
grãos transgênicos.