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Revista da ESPM

|maio/junhode 2014

116

Política

Porqueaagricultura

dácertonoBrasil?

Acabamos de concluirmais uma importante edição daAgrishow, comgrande volume

de público e de negócios realizados. Mas o que leva o agronegócio a ir tão bemno Brasil?

Por Luiz Aubert Neto

U

maperguntaaserfeitaé:oquefaz,nomesmo

país, o setor agrícola ir tão bem, enquanto a

indústria de transformação vive umde seus

piores momentos, com perda de competiti-

vidade, invasão de produtos importados e, consequente-

mente, umavassalador processodedesindustrialização?

Certamente, muitos dirão que isso ocorre porque o

Brasil é um país continental, tropical, de terras férteis

e, portanto, comtalento para a agricultura. Outros dirão

que o preço internacional das commodities, nas alturas,

contribui para a competitividade do agronegócio brasi-

leiro. Mas será que é só isso?

É claro que esses fatores contribuem, mas não são só

eles, isoladamente, que fazem da agricultura brasileira

uma das mais produtivas domundo. O fato é que existe,

efetivamente, uma política agrícola que empurra o agro-

negócio brasileiro, o que estámais do que correto.

O Plano Safra 2013/14 é uma clara demonstração de

que é possível fazer políticas que possam resultar no

aumento de competitividade dos diversos setores da

economia. E as vantagens comparativas sãomuitas, em

relação aos demais setores da economia. O volume de

recursos para o financiamento rural cresceu 18% e sal-

tou para R$ 136 bilhões.

Osprodutores, cooperativas ecerealistas receberãoR$

25 bilhões emfinanciamentos para construçãode novos

silos, com juros de 3,5% ao ano e prazo de 15 anos para

pagar. Serão destinados mais de R$ 13,2 bilhões para o

Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural,

com taxa de juros de 4,5% ao ano.

As cooperativas receberão recursos de R$ 5,3 bilhões

para capital de giro e incremento da competitividade do

complexo agroindustrial, com juros de 6,5% ao ano. Para

se ter uma ideia, a indústria de pequeno e médio portes

no Brasil, que é intensiva emcapital de giro, paga de 25%

a 50% de juros ao ano.

OseguroruralterádotaçãodeR$700milhões,comsub-

vençãodoprêmioentre 40%e 60%. Ainda foramanuncia-

dos, no bojo do plano, a garantia de preçomínimo, mais

de um R$ 1 bilhão para o Programa Inova Agro e R$ 4,5

bilhõesparaoProgramaAgriculturadeBaixaEmissãode

Carbono, todos com taxa de juros real negativa.

Ainda existem os programas Mais Alimentos (fede-

ral), com juros entre 1% e 2% ao ano e o Pró-trator (esse

noEstado de São Paulo), com juros de 0%, que permite ao

pequeno agricultor adquirir tratores e implementos para

mecanização das pequenas propriedades.

Por fim, temos a Embrapa, uma das principais respon-

sáveis por transformar oBrasil em liderançamundial na

agricultura tropical, coma realizaçãodepesquisa, desen-

volvimentoe inovação tecnológicaparaoaumentodapro-

dutividade e sustentabilidade da agricultura.

Esses são os fatores que fazem, acertadamente, a agri-

culturabrasileira ser umadasmais competitivas eprodu-

tivas do mundo, possibilitando que os resultados dessa