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mercado de trabalho

Revista da ESPM

| setembro/outubrode 2014

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solução de problemas, com intuição, persuasão e criati-

vidade — e por isso protegidas, porque essas “qualidades”

a automação não teria —, não estãomais. Mesmo as tare-

fas de inteligência criativa — umpoema, umdesenho ou

uma composição musical, por exemplo — obedecem ao

mesmo sistema. O

big data

por comparação identifica

“tendências” de quemlê poema ou gosta de desenho com

as já realizadas e as reprograma emdiferentes composi-

ções algorítmicas. Como mostrou Frey e Osborne, nem

os textos dos “contadores de piada” estão mais “protegi-

dos” de seremsubstituídos por umsoft.

Mesmo nas tarefasmanuaismais complicadas, como

arrumar um quarto de hotel ou distribuir comida entre

pacientes hospitalares, a possibilidade de cumprir tare-

fas de “percepçãoemanipulação” aumentoumuitocoma

capacidadede acumular todos os dadosnecessários para

identificar “objetos irregulares” e tomar a decisão certa.

A barreira dessas tarefas tambémcaiu.

As 702 ocupações que podem

ser padronizadas

Apartir dométodo de procurar identificar a natureza da

tarefa que pode ser padronizada, os pesquisadores de

Oxford analisarama lista das 903 ocupações do Depar-

tamento do Trabalho dos Estados Unidos, reunidas em

umdocumento oficial do governo americano, chamado

O*NET, e identificaram702ocupações quepoderiamser

“padronizadas”. Opasso seguinte foi contrapor essa pos-

sibilidade “de padrão” em cada uma dessas ocupações

com os avanços técnicos do

big data

. O resultado foi a

descoberta de que nadamenos de 47%dessas ocupações

enfrentamum “alto risco” de seremcomputadorizadas

em um prazo de pouco mais de uma década. Entre elas

estão as áreas de logística, produção, vendas, serviços de

assistência técnica e construção. A íntegra desse estudo

de Frey e Osborne está no endereço: goo.gl/0ip6F3.

Nãohádúvidadequeo tempoparaque sedê essa subs-

tituiçãodas tarefashumanaspelocomputador serádeter-

minado pela capacidade da engenharia de automação

para resolveros “gargalos”depadronização. Arigor, Freye

Osbornemediramessavelocidadeapartirdeduasondasde

computadorização,separadasporum“plateautecnológico”.

Na primeira onda está, por exemplo, amaioria dos tra-

balhadores de logística e transporte. Motivo: o declínio,

muito rápido, no custo dos sensores que guiamos carros

computadorizados. Aindústriaautomobilística jáestáali-

nhada comessa tendência. Os algorítmicos do

big data

dominamo estoque de informações demilhões de ruas.

Acomputadorização da produção vai namesma linha. A

destreza dos computadores dependerá só da “padroniza-

ção” desses sinais emitidos pelos sensores.

Omercadoderobôs,quecresce20%porano,tambémestá

nessaprimeiraondadecomputadorizaçãonaperspectiva

dospesquisadoresdeOxford. É interessanteobservar que

o avanço dos robôs sobre os empregos será determinado

por uma questão de destreza. Os gargalos dessa destreza

jáestãobemdefinidospelaengenharia: destrezamanual,

destrezadededos edestrezaemlocal apertado. Asocupa-

ções manuais que dependem dessa destreza enfrentam

aindaumgraumédioderiscoparaseremsubstituídas.Isto