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J U L H O
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A G O S T O
D E
2 0 0 3 – R E V I S T A D A E S P M
2.6.
AAVALIAÇÃO
PÓS-COMPRA:
O processo de pós-compra dificil-
mente é analisado na IgrejaCatóli-
ca, e talvez aí esteja a solução de
um dos grandes problemas encon-
tradopela igrejaemmanter fiéisnes-
tes últimos anos.Apesar de a Igreja
Católica ter uma marca fortíssima,
segundoMATAYOSHI (2000),estaé
poucoexplorada,oquevempermi-
tindo a pequenas igrejas, como a
Renascer e a Universal (que seg-
mentaram seumercado) um cresci-
mentoespantoso.Porquepessoases-
tãosedesligandodocatolicismoemi-
grandoparaoutrasseitas?Queavalia-
çõesnegativasestãosendorealizadas,
que levamaessadecisão?Odesliga-
mento de um fiel da igreja pode re-
presentarumaperdadefinitiva.
Parece haver um início de preocu-
pação e análise do assunto, o que
vemresultandoemmovimentos, tais
comoaRenovaçãoCarismáticaCa-
tólica, Comunidade CançãoNova,
AssociaçãodoSenhor Jesus. Parale-
lamenteàsações, têmsurgidoalguns
trabalhos de reflexão (KATER;1993;
SOUZA; 2001;).
Por fimvalecomentar queaavalia-
ção pós-compra na religião levará
em conta variáveis e acontecimen-
tos que se darão num período de
tempo longo,diferentedoqueocor-
renamaioriadascompraseusosde
produtos.
2.7.
COMENTÁRIOS
SOBRE A
ADEQUAÇÃO
DO
MODELO
EM ETAPAS
Como dissemos, omodelo em eta-
pas émais adequadopara compras
de alto envolvimento emocional e
financeiroequeseestendemporum
período de tempo longo, ou seja,
dias, semanas, meses. Seu uso na
análisedo fielda IgrejaCatólica,no
entanto, revelou alguns pontos in-
teressantes.Comoo fielpode terpas-
sado por uma experiência de sofri-
mento, suas expectativas sãode alí-
vioeconfortonareligião.Comoqual-
quer terapêutica,porém,sabe-seque
os resultados não são imediatos, o
que prende o fiel ao uso longo do
produto,duranteoqual suasituação
de sofrimentopode ser alterada (por
exemplo, uma doença que regride
aospoucos). Issosignificaquea igre-
ja,comoumserviço, temavantagem
de poder contar com o tempo, en-
quanto seapresentaao fiel.
O levantamentodealternativas cria
outrasituação interessante,poisexis-
tem atualmente muitas expressões
religiosas,comdiferençasnemsem-
pre reconhecidaspelos fiéis.Em lin-
guagem técnica, pode-se dizer que
aconcorrênciaaumentoumuito.
Sobre o julgamento, o modelo da
Igreja Católica parece atrair com
mais facilidade aquelas pessoas
que aceitam o tradicional, o rígi-
do, o imutável.
Finalmente, sobre os processos de
avaliaçãodepóscompra,abre-seum
campo interessantedepesquisasde
“ex-clientes”, para conhecer os
processos realizados ao se abando-
nar a religiãocatólica.
3.
OMODELODE
INFLUÊNCIA
SOCIAL
APLICADO AO
COMPORTAMENTO
DOS
CATÓLICOS
Todos nós estamos inclusos emum
processode relacionamentocomas
pessoas. Essenosso relacionamento
comdiversos indivíduospodeafetar
e influenciar o nosso processo de
compra.Exatamentepor isso, torna-
seextremamente importanteestudar-
mos os indivíduos em seuprocesso
de socialização, isto é, que regras
sociaisestãoexistindoemseugrupo
ecomoelaspodem influenciarpro-
cessos deescolha.
As regras que existem em nossa fa-
mília, entre os amigos e colegas de
trabalho, nos grupos de clubes e
mesmo instituições religiosas, po-
demserdeterminantesemnossaes-
colha. Por que seguimos as regras?
Porqueprecisamos fazerpartedeum
grupo, precisamos encontrar nossa
identidade, quem somos, e isto é
possível dentrodeumgrupo.Opa-
pel quecadaumdesempenhaden-
tro de um grupo torna-se sua iden-
tidade.Sairdeumgruposeriacomo
perder a identidade.
A Igreja Católica apresenta uma
“coerência superlativa emmatéria
doutrinária.”
(SABINO, 2002).
S
uas
regras e determinações sãopratica-
mente imutáveis. Comenta o autor
sobre a doutrina:
“Essas questões,
para a Igreja Católica, são de um
dogmatismoabsoluto.Mudardepo-
sição implicauma transubstanciação
quesignificaria irmuitoalémdeacei-
taro fatodequeaTerragiraem tor-
nodoSol,enãoocontrário.”
Dessa forma, aquele que aceita fa-
zerparteda IgrejaCatólicaestáacei-
tandoumasériederegrasrígidasque
são impostas,mas que também lhe
oferecemuma identidade, umaori-
entação e um objetivo na vida. É
exatamente o que procura todo ser
humano.
Em todo grupo existe um líder que
representaas regrasdogrupoecon-
trola suaexecução.Na IgrejaCató-
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