Julho_2003 - page 58

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R E V I S T A D A E S P M –
J U L H O
/
A G O S T O
D E
2 0 0 3
suas crenças, valores e tendências
de comportamento.
1.3.
TIPOLOGIA
PELO
ESTILO DE VIDA
O estilo de vida é uma tipologia
que consiste num conjunto de
característicasdepersonalidade,ati-
tudes, valores ecrenças, rotinas de
trabalho, estudo e lazer (Giglio,
2002:83)
.
Os profissionais depes-
quisas têm criado alguns rótulos
sobreestilosdevida.O rótulo“sol-
teiro convicto”, por exemplo,
indica uma pessoa cujo compor-
tamento rotineiro mostra disposi-
ção para viver sozinho, não
depender de ninguém e não esta-
belecer vínculos comunitários. É
claro que o comportamento que
defineoestilodevida tem influên-
ciadademografia (porexemplo,na
variáveleconomiadosujeito)enos
traços de personalidade (por
exemplo, a tendência para
introversão). O estilo de vida,
porém, vai alémdas classificações
anteriores, ao abranger o mundo
comportamental.
Em relação aos praticantes da fé
católica, parece fácil verificarmos
a constante rotina de cumprimen-
to de certos rituais e atitudes que
estão enraizados no seudia-a-dia.
Entreas rotinasdestacam-seasora-
ções diárias, terços e a obrigação
dominicaldeparticipaçãodasmis-
sas. O estilo de vida do católico é
“regrado”, isto é, avesso anovida-
des, perigos e incertezas.
A quebra de rotinas na Igreja Ca-
tólica representariaaquebrada tão
sagrada e imutável doutrina
pregada desde os apóstolos. Pare-
ce ficar claro, então, que as aspi-
raçõesdequebrade rotinaporpar-
te do fiel são para ele, uma quase
auto-exclusão religiosa, por se tra-
tar dealgo sagradoe, desta forma,
imposto por Deus.
1.4.
CONCLUSÃO
SOBRE O
PERFIL
DO
TÍPICO
CONSUMIDOR
Tendo criado algumas afirmativas
sobre o católico, podemos anali-
sar se surgiuumperfil típico.Con-
siderando sempre que o consumi-
dor típico é a maioria (mas não
exclusivo),operfildocatólicoéde
Não poderíamos deixar de co-
mentar, além desse perfil básico,
o acentuado crescimento de um
público mais jovem nas igrejas,
em função de novos movimentos
como a Renovação Carismática
Católica. Vamos ao perfil básico
destenovopúblico: idadeentre18
e 30 anos; renda entre 3 e 6 salá-
rios mínimos; morador urbano;
com estabilidade financeira; sem
problemas de saúde; buscando
formaçãoescolar; com freqüência
semanal ao templo; tem na tele-
visão seu lazer básico; tem pen-
samento convergente, mais analí-
tico e baseado no passado; é al-
guém introvertido, sentimental,
sensorial e flexível; segue alguns
padrões da doutrina da igreja; e
com práticas religiosas rotineiras.
Algumas características, portanto,
são diferentes do público típico.
Talvezsepossaafirmarque issode-
monstra o início de um processo
de renovaçãodosconsumidoresda
religião católica.
Omodelode tipologiaaplicadoao
público católico mostra alguns
padrões demográficos, psicográ-
ficos e comportamentais, o que
poderia auxiliar no raciocínio de
ações de conquista de novos fiéis,
por exemplo, buscando aumentar
a participação do público secun-
dário, os jovens.
2.
O
COMPORTAMENTO
DOS
CATÓLICOS
A
PARTIR DO
MODELO
DE PROCESSO
EM ETAPAS
O princípio do modelo em eta-
pas é a aceitação de que a bus-
ca, compra e uso de produtos e
serviços podem ser entendidos
com um conjunto de etapas pos-
“A própria
cultura do
julgamento após
amorte remete
algumas pessoas
à preocupação
com o que
acontecerá após
seuúltimo
suspiro.”
idade entre 40 e 60 anos; renda
entre 1 e 4 salários mínimos; mo-
rador urbano; sem estabilidade fi-
nanceira; com algum problema
de saúde; combaixa formaçãoes-
colar; com freqüência semanal ao
templo; cujo lazer básico é a te-
levisão diária; tem pensamento
convergente, sintético e baseado
nopassado; éalguém introvertido,
sentimental, sensorial e tradicio-
nal; de atitudes padronizadas em
conformidade com a doutrina da
igreja e com práticas religiosas
rotineiras.
Q
Q
Q
RodrigoD.DeSalvi &ErnestoM.Giglio
1...,48,49,50,51,52,53,54,55,56,57 59,60,61,62,63,64,65,66,67,68,...123
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