Julho_2006 - page 106

Consumo global,
cultura local
114
R e v i s t a d a E S P M –
julho
/
agosto
de
2006
AndréCauduro
D’Angelo
Mestre emAdministração/Marketingpela
UFRGS (Universidade Federal doRioGrande
doSul); consultor daThink!Marketing&
Cultura doConsumo. think@thinkmarke-
ting.com.br ewww.thinkmarketing.com.br.
NOTAS
1.Originalmente noticiado pelo TheNewYork
Times e reproduzido noBrasil por OEstado de
S. Paulo em 13/01/06 e Folha deS. Paulo em
29/01/06.
2. Publicado originalmente no TheWall Street
Journal of Americas e reproduzido noBrasil por
OEstado deS. Paulo em 12/01/06.
3. DAVIS, I.; STEPHENSON, E. “Ten trends towa-
tch in2006”. TheMcKinseyQuarterly, Jan. 2006.
Disponível emwww.mckinseyquarterly.com.
4.MCCRACKEN, G. The politics of plenitude.
Reason,Aug-Set 1998.
5. Informações extraídas dematéria publicada
pelo International HeraldTribune e reproduzida
noBrasil por OEstado deS. Paulo em 22-01-06.
lzando-oscomomatéra-prma.Trata-se
deumamanobracomumnocaptal s­
mo: tomar emprestados os códgos da
rebeldapara,reprocessados,devolvê-los
sobaformadeprodutos,servçosepubl ­
cdade.Fo ocasodaculturadaperi­fera
norte-amer cana, que deu or gem à
estétca
rapper
edo
hiphop
.Nocasoda
Coca-Cola, seramui­tomas ntelgente
seamatrznosEUAoptassepor lançar
uma li­nha de refrgerantes voltada aos
mi­grantes hspâncos, dentficando-a
comoaquelaquetem“osabordasnossas
orgens”,oucosadogênero.Aprovetara,
assm,opotencaldeummercadoquenão
páradecrescer,emvezdequexar-seda
dordecabeçaoperaconalrepresentada
pelaentradadeprodutos fabrcadosem
undades foradosEUA.
As l ções de xadas por esses epi­só­
dos aos profiss ona s de market ng
poderão ser testadas à medda que
se sucederem as ações das grandes
companh as nas pr nc pa s econo­
mas emergentes, como Rúss a, Ín­
da e Chna. Neste últmo país, por
exemplo, a grande preocupação de
profiss ona s domarket ng e da pu­
bl cdadeé saber secomuni­car com
osd ferentesperfisdeconsumi­dores
dasdversas regões chnesas. Por lá,
co-ex stem o to d aletos reg ona s,
totalmented ferentesunsdosoutros,
alémde traçoscultura sbastanted s­
t ntosque tornamosesforçosdeacul­
turaçãoobr gatór os.Emalgumas re­
gões,marcasgloba sdomnam seus
setores, como em qualquer grande
metrópolemundal;mas, emoutras,
são os fabr cantes loca s, com suas
marcas desconhecdas para o resto
domundo, que têm a preferênc a e
a confiança do consumdor
5
. Como
naChnaqualquer“pequena reg ão”
representa ummercado demi­lhões
de consumdores, tão grande ou
maor que o demu tos países, todo
o cudado épouco.
Sa rão na frente aquelas empresas
que souberemqueos chneses –as­
sm comoos russos, os ndanos eos
bras le ros–vãosevalerdosprodutos
e serv ços para expressar valores,
s gnficados e déas a respe to de s
mesmos e domundo que os rodea.
Paraexpressar suacultura, enfim.
As lições deixadas por estes episódios aos profis­
sionais demarketing poderão ser testadas àmedida
que se sucederem as ações das grandes compa­
nhias nas principais economias emergentes, como
Rússia, Índia eChina.
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