Maio_1998 - page 9

OPINIÃO
Revista da ESPM
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Maio/Junho de 7998
7
~
onsta em nosso expediente a velha máxima do jornalismo, que prega o
~não
envolvimento da Revista ESPM com as_opiniões do articulistas. No
entanto, esta máxima não se aplica
à
OPINIAO.
Os
bureaux de mídia
constituem um assunto bastante polêmico. A ESPM
analisou os aspectos relacionados e, com o conhecimento que tem da área e o
envolvimento com o mercado brasileiro da comunicação, resolveu manifestar
sua opinião, pedindo um depoimento a Daniel Barbará, presidente do Grupo de
Mídia de São Paulo e diretor comercial da DPZ, uma das maiores agências de
propaganda do Brasil.
A competência, a capacidade analítica e a posição estratégica de Barbará
resultaram na tradução simples e clara do nosso ponto de vista.
,
BUREAUX DE MIDIA:
QUEM
GANHA
COM 1))0?
ntesdemaisnada,seriabom
que você caro leitor
maginasse um tema para
discussãoemque você tem,contra
o tema, todas as entidadesdeclasse
mais empresas do porte das que
listarei aseguir:
•EditorasAbtil,Bloch,GloboeTrês
• JornaisFolhadeSãoPaulo,Gazeta
Mercantil , Jornal do Brasil, O
Estado de São Paulo, O Globo e
ZeroHora -RBS
• Outdoor- Central deOutdoor e
RedeL&C
• Redes de Rádio Bandeirantes,
Manchete,RBS deRádio, Sistema
JB eSistemaGlobodeRádio.
• Redes de TV Bandeirantes,
Globo, Manchete, Record,
Sistemabrasileiro deTelevisão–
SBT, Globosat/ NetMídia e
TVA.
DANIEL BARBARÁ
De iníciodápara imaginarque
não setiaum simples fato queviria
unir num acordo cujo assunto
BureauxdeMídia não é omelhor
caminho para o Brasil. Especial–
menteporqueestas empresas estão
de comum acordo, por livre e
espontânea vontade e pelo
atendimento que têm de ser, esta
prática
é
nociva para o mercado
brasileirodepropaganda.
Ora, será quepoderiam estar
todosenganadosaomesmo tempo?
Será ainda que isto poderia ser
considerado uma prepotência ?
Não, claroquenão, pois noBrasil
dehojeede sempreo atendimento
tão amplo de uma questão não se
daria por interessesmenores. Oque
existena realidade são fatos, claros,
de que não é bom para o mercado
queesse tipodenegóciovigoreaqui.
Então quais são os fatos ?
O que leva empresas tão
representativas e ainda por cima
concorrentes entre si a estarem
de comum acordo em relação a
este tema?
1-Aorigem: onegóciocome–
ça naEuropa. Depoisde uma onda
de privatizações, os empresários
que assumem o negócio de
comunicação,maiscentradoemTV,
descobrem que os recursos neces–
sários paramanter aprivatizaçãoe
aconseqüentedisputa pelas verbas
consomemmuitomaisumaatividade
regidapelos interesses finaceirosde
quem emprestou ou se associou a
quem, e a partir daí perde-se
completamente o controle da
situação,envolvendo infelizmenteo
conteúdoeditorial,poisfazermídia
do ponto de vista da técnica e da
real participaçãodacadaveículono
negócio é bem bem diferente de
fazer mídia do ponto de vista de
quanto eu tenho de vantagens
financeirasnesteou naqueleveículo.
2-
Estasempresasqueoperam
com grande volumes acabam por
tornar inviável a livreconcorrência,
pois decaraabafa de forma mortal
as operações das pequenas e
médias agênciasdepropagandaque
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