Maio_1998 - page 15

putação, embora ainda no seu
primórdio. já produ; indícios do que
est~\
por vir.
A utilinção intensi"a de
~atélites.juntamente
com a TV a cabo.
internacionaliza a mídia e el imina as
fronteiras do
~ina l
televisivo. De
repente. emissoras de todo o mundo
estão em nossas telas. Cada programa
de jornalismo concorre com a CNN:
cada programaesportivo, com a ESPN:
cada musical. com a MTV: e cada
telenovela, com a Fox e a HBO. A
solide7 das Tvs nacionais, com sua
linguagem e programação, sua capa–
cidade de emocionar e de informar sua
população espectadora. determina
quem fica e quem sai nesse mercado
que se torna único. O efeito '·Holly–
wood" observado no cinema tende a
se repetir nas grande). televisões. Em
países onde a maior parte da
programação principal é importada, a
ameaça
é
real. Podemos imaginar quais
serão as conseqüências, daqui a
alguns anos. na dissonância que vai
estabelecer entre a mídia e a cultura e
identidade nacionai'> desses países.
No Brasil, acreditamos que a
história possa ser um pouco diferente.
Tivemos tempo de criar através da
mídia uma linguagem nacional que
responde à nossa cultura e identidade.
Ao falar a linguagemdo brasi leiro com
Ret•isla da ESPM
-
Maio/Junho de
/998
ATV Globo. uma TV aberta,
é
líder de audiência nas emissoras
a cabo. A Globonews. uma
emis\ora de jornalismo
bra..,ileira, lidera a
audiência
conseqüência.
televisão é u
paixão nacional no
Brasil.Os índicesde aparelhos
de TV ligados no país, em
torno de 65% em horário
nobre, sãodos maiores do
mundo.
lsso tudo nos leva à questão
educacional. Com seu poder de pene–
tração, a televisão pode desempenhar
um papel muito signifi cativo na
educação, e esse talve1. seja seu maior
desafio hoje. Diversas iniciati vas
recentes nesse campo merecem ser
mencionadas. Um exemplo
é
a TV
Escola, projeto governamental de
educação voltado para a formação de
profe.,sores e aluno<,, que prevê
equipar 45 mil escolas com antenas
parabólicas, televisores c video–
cassetes em todo o país. Outro exem–
plo
é
a TV Futura, um consórciode 14
grupos privados liderado pela
Fundação Roberto Marinho, que
13
sociedade. Essas e outras iniciativas
têm demonstradoque a mídia pode ser
uma ferramentaeducacional altamente
efica/, se uti I
i~:ada
com a Iinguagem
adequada e como suporte à educação
formal.
o di
Ler
do sociólogoHerbert de
Souta. "a televisão é um instrumento
de formação da sociedade, fundamen–
tal para a difusão da educação e
cultura." Se nós, como sociedade,
pudermos integrar, à formação e à
emoção trazidas pela mídia brasileira,
a formação educacional exigida por
nossa população, sere–
A utilização intensiva de satélites, juntamente com a TV a
cabo, internacionaliza a mídia e elimina as fronteiras do
mos capazes de cons–
truir, a partir de quem
somos, quem queremos
ser. E o que podemos
sinal televisivo.
qualidade e credibilidade, construímos
uma defesa forte. Nesse ponto. é
importante destacar o papel pioneiro
de meu pai, Roberto Marinho, que
compreendeu a relevância de se criar
uma rede de televisão baseada em
programaçãoeminentemente brasileira.
há 30 anos. Temos hoje na TVGlobo
9Jl'~
de programação nacional em
horário nobre. Mesmo a audiência em
Tv~
a cabodemonstra essa preferência.
produ7 uma televisão voltada para o
conhecimento e baseada na ação
comunitária, utilizando uma abordagem
totalmente nova. mais adequada às
novas gerações e ao seu contexto
social. Mais recentemente. nove
universidades se uniram para criar o
Canal Univer-;itário de São Paulo.
vencendo o preconceito da academia
contra a televisão c
con~truindo
uma
ponte entre o saber acadêmico e a
pretender, nesse mundo
global.
João RobertoMarinho
Vice-Presidente das Organizações
Gloho
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