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Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
FG–VejaAlex.Vouvoltaraopon-
to emqueo J. Roberto com-
parou a comunicação
que o governo fazia
no tempo da dita-
duramilitar com a
comunicação que
se faz hoje. Você
disse que achava
queos resultados
da comunicação
daquele tempo
haviam sidome-
lhores. Mas fo-
ram melhores,
emgrandemedi-
da, porquevivía-
mos em outra
época. A impren-
sa não proclama-
va todos os dias,
comohoje, osma-
les, os defeitos do
governo.Amaiorpar-
te da nossa imprensa
parece adorar a oposi-
ção.Apropagandaoua
divulgaçãooficial,hoje,
éumagotad’águanum
oceano de críticas.
Nunca mais iremos ter
aqueleestadodecoisas, em
quesóumavozseerguia.Ago-
ra, eles tinham, naquele tempo,
pelomenosummérito:haviauma
política oficial de Brasil grande,
Brasil potência. Confesso que a
minhaauto-estimapessoal,naque-
le tempo, era maior do que a de
hoje.EuacreditavamaisqueoBra-
sil era um grande país, naquele
tempo, do que hoje. É nisso que
eupensoquando falodeum con-
selho. Sómesmo o senado, a câ-
maradosdeputados, oexecutivo,
o judiciário,osmilitaressereunin-
doparadefinir essascoisas.
Alex – Vamos lá. Você perguntou
quase que respondendo, ou mais
respondeu do que perguntou. Sua
auto-estima eramaior do que hoje.
Por dever de ofício, amídia está lá
para fiscalizar. Graças aDeus, que
amídiaéonossograndexerife.Vejo
amídiacomumpapel absolutamen-
te saudável de detectar. Agente só
sabe que existe Jader Barbalho
quando a mídia está lá, atenta.
Comoestava tentandoexplicar, nós
não temos, na mão, o ferramental.
Como a agênciaA vai fazer a cam-
panha para o clienteA e a agência
B fazparaoclienteB,nenhumades-
sas agências se sente obrigada –
comodever deofício–a fazer aqui-
loqueaPetrobrasnãopediu.Ouque
oBanco doBrasil não pediu. E nem
a Petrobras nem o Banco do Brasil
pedemalémdascoisasnecessárias
paraelaPetrobraseassimpor dian-
te.Então,avisãodeconjuntodopaís
não está estabelecida, não existe.
Precisaria de um ferramental para
isso. Uma visão de conjunto positi-
vadascoisasboas.Nãoéparacon-
trabalançar asmás que a imprensa
põe, porque a imprensa está cum-
prindo o seu dever, e a gente até
gosta de ver como eles são
fiscalizadores. Acoisa não está em
desmontar a imprensa; a coisaestá
em contar com a imprensa para se
poder fazer.Porexemplo,hoje,a im-
prensa menciona o superávit. Já é
a segunda vez – é o superávit do
ano. A imprensa vai e noticia uma
coisaboadessa.Porqueestá-seex-
portando mais. Mas é muito pouco
pertodoqueopaísestá fazendo.O
país está fazendo mais coisas
enrustidasdoqueasqueaparecem.