Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
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te em São Paulo, e um pouco em
GuarulhoseSorocaba.O restanteébas-
tante restritoepulverizado,masnota-se
a presença de investimentos em quase
todas as modalidades do setor, incluin-
do a hidroviária.
O setor de Siderurgia praticamente
consiste nas privatizações de Cosipa,
Usiminas e CSN, que somam 95% do
total dos investimentos previstos.
Osdemaissetorespossuemdistribui-
ções de investimentos por empresa do
tipoABC tradicional: deum lado, gran-
desempresas investindoentre100e300
milhões de dólares (não mais do que
duas em cada setor), e, de outro, uma
“Orestanteé
bastanterestritoe
pulverizado,mas
nota-seapresença
de investimentosem
quasetodasas
modalidadesdo
setor, incluindoa
hidroviária.”
em2002.Deverá com essedinheiroge-
rar 55 mil novos empregos nos próxi-
mos cinco anos (IDGNOW, 1999a).
Se calcularmos a porçãopaulista do
total brasileironamesmaproporçãodos
serviços prestados à indústria – 35,9%
– (Figura2), SãoPaulo faria jus acerca
de 20mil destes novos empregos.
Acifraémodesta,masdeve ser con-
sideradapordoismotivos:primeiro, ten-
deacrescer rapidamente;e, segundo, são
todas colocações de alta qualificação,
com salários iniciais de cerca de R$
2.500,00, chegandoaR$10.000,00para
níveis de experiência de dois anos – o
que ainda é cerca de metade da idade
deste tipo de negócio noBrasil.
RodolfoGobbi,gerentedeformaçãoda
Cyclades do Brasil, avalia a disponi-
bilizaçãode190milpostosde trabalhonos
próximos três anos – conta hoje cerca de
25mil postos (IDGNOW, 1999b).
De acordo com o raciocínio ante-
rior, SãoPaulodeteria cerca de 69mil
destes postos de trabalho, o que já é
algodaordemdos empregos atualmen-
te ocupados na indústria de papel, pa-
pelão, editoração e gráfica, noMuni-
cípio de São Paulo.
Emboraas fontesde informaçãonão
sejam precisas, entendemos “comércio
eletrônico”comooconjuntodeativida-
des exclusivamentedecomércio (istoé,
a utilização da Internet para a
comercialização de produtos “domun-
do físico”); e “negócios na Internet”
como o comércio mais a prestação de
serviços
on-line
.Assimconsiderados,os
dadosdeAntunesnãosão incompatíveis
com os deGobbi.
Embora parte desses empregos pos-
suacaracterísticas técnicas, entender de
negócios será mais importante do que
entender da técnica: a tecnologianeces-
sáriapara trabalharna Internet estácada
vez mais acessível, e, de qualquer ma-
neiraé fartamenteoferecidae facilmen-
te terceirizável.
Por essemotivo, acreditamosqueas
posições na Internet serãomais produ-
tivamente ocupadas por administrado-
res (egressos de cursos deAdministra-
miríadede investimentosabaixodeum
milhão de dólares.
Internet
Emborademaneiraaindapoucoes-
tudada, investimentos estão sendo fei-
tos na área de Internet em todo o Bra-
sil, e emparticular emSãoPaulo.Nes-
ta fase incipientedas pesquisas sobre a
Internet no Brasil, as informações de-
pendem sobretudo da opinião de espe-
cialistas, sendo por isso imprecisas e
desencontradas. Ademais, trata-se
de especialistas de
mercado, o que
torna as opini-
ões ainda me-
nos cientí-
ficas.
Ent re-
tanto, tal si-
tuação é característica
do estágio incipiente de qualquer
negócio inovador, enãodevemos, uma
vez que nos ocupamos do futuro, des-
prezar sinais de uma tendência que se
apresentasériaedefinitiva.Portanto,de-
vemos lidar com esse tipo de informa-
ção.
A Internet deve ser considerada por
seupotencial explosivo: apesar de ainda
apresentar númerosmodestos noBrasil,
pode revolucionarnãoapenasmercados,
causando mudanças na forma de se
comercializar,mas também indústrias in-
teiras, como a fonográfica, a cinemato-
gráfica, e a editoração, por exemplo.
O governo está atento à necessidade
de inserir o Brasil na comunidade in-
ternacional de informação (e negóci-
os via Internet).OConselhoNacio-
nal de Ciência e Tecnologia insti-
tuiu em 1997 um grupo de traba-
lho (GT-SOCINFO) com repre-
sentantes da sociedade, para tratar
dessa inserção.
Ogrupoavaliaque,nomundo,oco-
mércio eletrônico alcanceummercado
deUS$ 200 bilhões até o ano 2000. O
grupo discerne aplicações específicas
decomércio, daquelasdeserviços (GT-
SOCINFO, 1999).
SegundoCélioAntunes,membroda
diretoriade tecnologiadaFIESP (Fede-
raçãoda IndústriadoEstadodeSãoPau-
lo), ocomércioeletrônico (
e-commerce
)
deverá movimentar US$ 67,7 milhões
este ano (1999), devendo perfazer US$
183milhões em2000, eUS$1,6bilhão