Revista daESPM –Maio/Junho de 2002
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de tempos remotos, o aperfeiçoamento
da sociedade e o acirramento da con-
corrência entre as empresas, especial-
mente no atual ambiente de globa-
lização, em que observamos a concen-
traçãodaproduçãoempoucospontos e
a distribuição para diversos mercados
dispersosao redordomundo, têmasso-
ciação direta com o processo de
logística reversa.Vejamos os seguintes
argumentos:
2.1Aperfeiçoamento
dasociedade
Gradativamente, novas e sofistica-
das leis ambientais obrigam as empre-
sas a serem responsáveis pelo ciclo
completodoprodutoepelo impactoque
estes causam no meio ambiente, em
qualquer uma de suas fases (produção,
venda,distribuição, consumoepós-con-
sumo). Aomesmo tempo, grupos eco-
lógicos compoder de pressão têm con-
tribuído para que sejam desenvolvidas
e aperfeiçoadas as leis e as regulamen-
tações pertinentes. O espaço que tais
grupos conseguemnamídia tem contri-
buído para despertar a consciência eco-
lógicanosconsumidores.Muitasempre-
sas identificaramessas tendências e têm
desenvolvido ações
“ecologicamente
corretas”,
alinhando-se com as expec-
tativas desse novo tipode consumidor.
2.2 Competição
entreas
empresas
Aqui encontramos dois ângulos
complementares.Oprimeirovisaabus-
ca de vantagem competitiva em custos
por partedas empresas.O segundovisa
a oferta de serviços adicionais dos pro-
dutores aos clientes.
Emboracertos tiposdeprocessosde
logística reversapossam, àprimeiravis-
ta, implicarna idéiadeaumentodecus-
tos, assoluções,pelocontrário, apresen-
tam formas inteligentesde sua redução.
A integraçãodascadeiasde fornecimen-
to faz com que fabricantes e empresas
devarejoadotemsoluções integradasem
logística reversa, de forma a represen-
tar serviços adicionais do fabricante ao
varejista.OE.C.R. (EfficientConsumer
Response) tem um dos seus pilares de
apoio na logística reversa.
Os exemplos abaixo ilustram essas
afirmações.
Exemplo1:Fabricantede Impresso-
ras – busca de vantagem em custos.
Em1990,umgrande fabricantebra-
sileiro de impressoras de computador,
sediado em SãoPaulo, encomendava a
injeção plástica das carcaças de suas
impressoras em uma empresa fornece-
dora situada emCaxias do Sul, RS.
Ascarcaças (baseecobertura),após
as operações de injeção plástica e pin-
tura, seguiam embaladas em pares em
umamesma caixadepapelão.As caixas
eram acondicionadas em um caminhão
baú da empresa do Sul e transportadas
para SãoPaulo durante a noite. As em-
presas estavam implantando o processo
“just in time” por isso o fluxo era diá-
rio. Cada veículo transportavaaprodu-
ção de um dia do fabricante paulista
(aproximadamente 200 unidades) e
retornava vazio.
As embalagens de papelão eram
abertas no início da linha de produção
da empresa de São Paulo por dois em-
pregados.Depois de retiradas as carca-
ças, as caixas depapelão eramdesmon-
tadas, dobradas earmazenadas emuma
área à parte, para a venda mais tarde
como sucata. Recuperavam-se, aproxi-
madamente, 10% do custo original da
embalagemnavendacomosucatadepa-
pelão.
Fabricantee fornecedordesenvolve-
ramembalagensretornáveis (“vai-vem”)