TEORIA ECONÔMICA
Revista da ESPM
|maio/junhode 2013
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Ao educar os filhos, tomar decisões empresariais,
escolher umcandidato emuma eleição ou buscar fundos
para auxiliar uma igreja, clube ou creche, o cidadão se
transforma emser político atuante e convicto de suas de-
cisões. Ao ligar-se a umpartido, definir lado ou defender
uma ideia, acaba por tornar-se defensor intransigente,
para depois poder influir sobre outros.
Essanecessidadedeconversãoalheiaultrapassa,muitas
vezes, a aptidão das pessoas para aprender outras realida-
des, adaptar-se a situações determinantes e dificulta a sua
adaptação à realidade que as rodeia. Por ideias, matamos
e morremos. John Keegan, autor de inúmeras obras sobre
conflitoseguerras,citaafrasedogeneralprussianoKarlvon
Clausewitz:“Emumaguerra,aprimeiravítimaéaverdade”.
Pois a discussão que aqui se propõe é saber se é possível
aprender como os conceitos se transformaram em realida-
de e onde e por que melhoraram vidas. O socialismo foi
aplicado em diversas nações, desde a Revolução Russa de
1917, esobrevive, aindahoje, emsuasversõesprimárias, em
CubaenaCoreiadoNorte.NaChina,Vietnã,CambojaeLaos,
versõesaindaditatóriasdopontodevistapolítico,permitem
certaflexibilidadequandosefaladeeconomia,namedidaem
que aceitamo capitalismo como fonte de geração de divisas
e empregos. O socialismo europeu, ou a social-democracia,
crioumodeloshíbridosemquealtosimpostosimpõemuma
igualdadesocial, comvisíveisganhosparaasociedade,mas
comproteçãoàpropriedadeprivadaeaosdireitosindividuais.
Por outro lado, o capitalismo gerou, ao longo de seus
quase 300 anos, um desenvolvimento econômico, políti-
co e social, muito mais intenso do que nos três mil anos
anteriores. Mesmo governos autodenominados sociais ou
“de esquerda” comemoram seus índices de crescimento
econômico, com prêmios à sua eficiência administrativa.
NoBrasil,osíndicesdedesenvolvimentosocialalcançados
pelosgovernosLulaeDilmasãorealizaçõeseminentemen-
te capitalistas, quando recursos passados pelo governo às
camadas pobres da população mostraram que as pessoas
são muito mais inteligentes no uso desse dinheiro do que
o governo que liberou a verba. O dinheiro, transformado
em consumo, imediatamente movimentou a economia,
confirmando que indivíduos sãomais importantes do que
governos para fazer a roda da economia girar.
Um passeio pelas ideias
Winston Churchill disse certa vez: “O defeito inerente
do capitalismo é a distribuição desigual das benesses; a
virtude inerente do socialismo é a distribuição equitativa
da desgraça”. A frase histórica é citada por Dominique
Enright, no livro
A verve e o veneno de Winston Churchill
(Editora Odisseia, 2009).
JáKarlMarx, emsua análise teórica, define que “a taxa
médiade lucroédefinidapor fatorescomoa taxadeexplo-
WinstonChurchill, que foi eleito primeiro-ministro
britânico, durante a SegundaGuerraMundial:
”Perguntam-me qual é onosso objetivo? Posso
responder comuma só palavra: vitória”
Em seus 300 anos, o capitalismo
gerou desenvolvimento econômico,
político e social mais intenso do que
nos três mil anos anteriores
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