janeiro/fevereirode2013|
RevistadaESPM
9
Aera do
homo
ciberneticus
Por Alexandre Teixeira
Fotos: Divulgação
O
futurólogo britânico Ian Pearson, de 51 anos, não é nenhum aventu-
reiro diletante. Ele é formado emfísica teórica ematemática aplicada
e, por 20 anos, foi pago pela British Telecom (BT), para antecipar
tendências e ajudar amaterializá-las sob a forma de produtos e servi-
ços. Foi na BT, em1991, quando o telefone celular ainda era novidade, que Pearson
concebeu o sistema de transmissão de texto que daria origem ao SMS, o popular
torpedo. Constaque ele anteviuomodelode console semfiopara videogames dota-
do de umacelerômetro capaz de detectarmovimentos emtrês dimensões que hoje
se associa aoWii, da Nintendo, e ao Xbox, daMicrosoft. Emsua passagempela BT,
Pearson chamou a atenção para o potencial de serviços hoje consagrados, como os
mecanismos de busca e o e-mail. Nemsempre oouviram.
Atualmente, ele atua em carreira solo, à frente da empresa Futurizon, que fun-
dou em Ipswich, na Inglaterra. Por meio dela, presta consultoria e faz palestras,
internacionalmente. Consciente das vulnerabilidades da profissão de futurólogo,
Pearsondiz ter, desde 1991, umhistórico comprovado de 85%de precisão emsuas
previsões para horizontes de dez anos. “Minhas ferramentas são: uma sólida ex-
periência emciência e engenharia, análise de tendências, senso comum, tino co-
mercial, saber quando ouvir outras pessoas e ummontão de pensamentos”, afir-
ma ele. Pearson lançou seu livro mais recente, em 2011,
You Tomorrow
(Você
amanhã), sem tradução brasileira. Ele define o trabalho como “um livro sobre
o futuro da vida cotidiana”. Soa pretensioso? Pearson se defende: “Embora
use o título de futurologista, que soa ligeiramente amalucado, sou apenas um
engenheiro fazendo deduções lógicas para o amanhã, baseado em coisas que
já podemos ver acontecendo”.