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entrevista | Ian Pearson
Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2013
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fóbico investiga um crime que pode
ter sido cometido por um robô]. Acho
que aquele equilíbrio [entre humanos
e máquinas] não está muito longe
do que eu esperaria ver. A maioria
das casas provavelmente terá um ou
dois desses robôs de estilo androide,
desempenhando várias tarefas. Tere-
mos ummonte deles.
Alexandre
Quão parecidos com
humanos? Reais a ponto de nos confun-
dirmos?
Pearson
— A tecnologia permitirá
que sejam bem parecidos com huma-
nos. Já temos peles de silicone que
podem imitar a pele humana. Tam-
bém teremos músculos de silicone,
muito mais poderosos que o músculo
humano. Então, poderemos ter an-
droides cinco vezes mais poderosos
que os humanos. Alguma coisa com
a força do Schwarzenegger, um robô
muito forte que se pareça com um ser
humano normal. No que diz respei-
to à imortalidade eletrônica, muita
gente pensa que teremos um robô ou
androide no qual faremos um
down-
load
da nossa mente e seguiremos em
frente depois de mortos, ocupando-o
o tempo todo. Eu não acho que será
assim. Penso que poderemos muito
bemcompartilhar robôs.
Alexandre
Como isso seria possível?
Pearson
— Você terá uma população
de, talvez, mil pessoas armazenada
em um serviço on-line que suportará
suas vidas, eletronicamente, dentro
de uma rede. Elas poderão viajar pelo
mundona velocidade da luz. Éumtipo
de existência completamente diferen-
te. Poderão, ocasionalmente, habitar
umandroide, mas não consigo ver por
que iriam querer fazer isso o tempo
todo. Então, esses robôs seriamperfei-
tamente adequados para o comparti-
lhamento. As pessoas poderão alugar
um androide por alguns minutos toda
vez que precisaremde um.
Alexandre
Como um veículo para
visitar o mundo físico?
Pearson
— Talvez por umas poucas
horas. Elas poderão vir, ocasional-
mente, aomundo físico como pessoas
físicas. Mas, namaior parte do tempo,
ficarão contentes em existir apenas
eletronicamente, dentro de uma má-
quina. Há também a possibilidade de
várias pessoas usarem um mesmo
androide ao mesmo tempo. Indo
além, há a possibilidade de usar um
link entre o cérebro e a máquina para
compartilhar o corpo de outra pessoa
enquanto ela o usa.
Alexandre
Para quê?
Pearson
— Para ocupar a mesma rede
sensorial dela. Assim, você poderia
experimentar as mesmas sensações,
viver uma espécie de simbiose.
Alexandre
Muitas obras de ficção
científica especulam sobre um mundo
no qual as máquinas assumem o con-
trole, como
O Exterminador do Futu-
ro
e
Matrix
. Isto vai ser um risco real?
Pearson
— Não vai ser; já é um risco
real, uma vez que estamos avan-
çando por uma estrada na qual as
máquinas se tornam tão espertas
quanto as pessoas e já estamos
Você teráumarquivo tãobomda suamente
nomundodasmáquinas que seu corpo
morrerá e você poderá seguir emfrente
comouma entidade-máquina
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