Mundo virtual
Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2013
16
Como as redes sociais, os games, os serviços virtuais, o
e-commerce
e uma série de atividades demarketing digital transformarama realidade
domercado publicitário brasileiro nos últimos três anos
“E
u vos abençoo de todo o meu coração.”
Essa foi a primeiramensagem
twittada
pelo papa Bento XVI, no dia 12 de de-
zembro de 2011. Uma semana antes,
no dia 5 de dezembro, o Twitter inaugurou no Brasil seu
terceiro escritório fora dos Estados Unidos, além das
filiais que mantém no Japão e no Reino Unido.
O investimento em solo verde-amarelo tem relação
direta com o crescimento do número de brasileiros que
usamo sistema: 200milhões de usuários ativos por mês,
conforme divulgado pelo próprio Twitter, ao iniciar suas
operações no país. “Vocês são o pulso do planeta”,
twittou
a empresa à sua comunidade brasileira, que figura entre
os cinco maiores mercados da plataforma de microblog
em todo o mundo.
Com a abertura do escritório no Brasil, a venda de
anúncioseprodutosdemonetizaçãopassaaserfeitalocal-
mente, comoexplicaodiretor-geral doTwitter,Guilherme
Ribenboim. “Esta é uma plataforma global, que agora
ganhanovos temperoscoma internacionalização. Vamos
moldar a operação de acordo com as demandas locais.”
Estimativasdemercado indicamqueem2008oTwitter
possuía cerca de cinco milhões de usuários em todo o
mundo. De acordo com o site Twopcharts, em dezembro
de 2012, a rede social atingiu amarca de umbilhão de IDs
(número de registro exclusivo dado a cada conta criada
na rede social).
Tal expansão explica por que nem mesmo o papa
escapou da onda do microblog com textos de até 140 ca-
racteres. Aos 85 anos, o pontífice aprendeu a surfar nas
redes sociais para engajar seus fiéis na rede. A estratégia
do Vaticano cresceu e se multiplicou. Em apenas três
dias, o perfil @pontifex angariou mais de ummilhão de
seguidores virtuais. Éa fémovendonãosóasmontanhas,
mas também a internet! Como diz o livro de Clay Shirky
logono título:
Here comes everybody
(
Lá vemtodomundo—o
poder de organizar sem organizações
, Zahar, 2012).
Segundooautor, arevoluçãovirtual nãoacontecequan-
do a sociedade adota novas ferramentas tecnológicas, e
sim quando passa a ter novos comportamentos.
Twittar
com o papa, acender velas virtuais, publicar um
e-book
,
lançar uma música na rede, comprar um produto pela
internet e encontrar a cara metade em um dos milhares
de sites de relacionamento fazem parte dessa mudança
comportamental que vem abalando as estruturas do
poderoso tripé veículo-consumidor-anunciante. Esse
modelo, que durante décadas foi o pilar da indústria da
mídia de massa, agora sente a força e a velocidade com
que os cenários mudamno mundo digital.
Há três anos, a
Revista da ESPM
publicou uma edição
especial apresentandoasnovidadesda internet naépoca,
como o crescimento do
e-commerce
. Agora, revisitamos o
tema paramostrar o impacto causado por essa revolução
virtual emdiversos setoresdaeconomiae, principalmen-
te, no marketing dos grandes anunciantes do país.
Aprimeiraconstataçãoapareceestampadanaspáginas
demuitos jornaise revistas, quesofremcomadiminuição
dos investimentos publicitários e o aumento da conver-
Santa internet!
Por Anna Gabriela Araujo
Twittar
com o papa, publicar um
e-book
, lançar uma música na rede,
comprar um produto pela internet e encontrar a cara metade em um site
de relacionamento fazem parte de uma mudança comportamental
que vem abalando o tripé veículo-consumidor-anunciante
