Mundo virtual
Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2013
18
gência dos meios e da comunicação transmídia.
Hoje, não importamaisaplataformanaqual oconteúdo
será acessado: papel, internet, iPad, iPhone, rádio, TV...
Está tudo tão fragmentado, que a barreira entre o
on
e o
off
passa a ser insignificante para essa nova geração de
consumidores. Enquanto a internet cresce, os veículos de
mídia impressaencolhemousimplesmentedesaparecem,
comoocorreu como
Jornal da Tarde
, que encerrou as ativi-
dadesnodia31deoutubrode2012, ouaindaa revista
IstoÉ
Gente
, que no início de dezembro demitiu seis jornalistas
e deixou de ser semanal para ter periodicidade mensal.
Rede democrática
Essarevoluçãocausadapelainternetnaindústriadacomu-
nicaçãoédescritaporShirkycomofrutodeummovimento
colaborativo, no qual pessoas utilizamas ferramentas da
internet para fazer coisas juntas, sem a necessidade de
estruturasorganizacionais tradicionais. Acontecimentos,
como a Primavera Árabe, são criados sem as restrições
anteriores de tempo ou custo e com a ajuda de softwares
como o do blog WordPress ou do Twitter, plataformas de
compartilhamentodearquivos (Flickr), e instrumentosde
colaboração on-line como aWikipedia.
Com a democratização do conteúdo, o internauta ga-
nhou o poder de publicar um artigo, uma foto ou até um
anúncio na internet. Esse fato deu origem a uma nova
categoriade “profissionaisamadores” tambémchamados
de
Pro-Ams
— termo criado para diferenciar um jornalis-
ta, fotógrafo ou até mesmo publicitário formado, de um
amador. Um dos maiores exemplos da influência dos
Pro-Ams
nomundo dos negócios é a página da Coca-Cola
no Facebook, que não foi criada pela companhia,mas por
dois fãs da marca — Dusty Sorg e Michael Jedrzejewski.
Emagostode 2008, Dusty eMichael estavamprocurando
a página da empresa no Facebook. Como não gostaram
das opções encontradas, criarama deles. A ideia dos dois
amigos foi tãobemexecutada, queocanal se transformou
namaior página daCoca-Cola no Facebook, o que levou a
companhia a firmar uma parceria comDusty e Michael.
Atualmente, aCoca-Cola possui uma comunidade global
demais de 50milhões de pessoas conectadas através do
Facebook. “São50milhões depessoas dispostas a conver-
sar conosco. E nós conversamos verdadeiramente com
elas. É uma rotina frequente”, comenta a gerente sênior
de conexão com consumidores da Coca-Cola Brasil,
Adriana Knackfuss. “Com esse contato, nossa meta não
é fazer com que as pessoas comprem produtos. Isso é a
consequência de uma relação bem construída.”
Para comemorar o expressivo número de seguidores,
no ano passado, a Coca-Cola lançou um movimento
mundial que visa conectar pessoas por meio do concei-
to de felicidade. “A marca foi a primeira a alcançar tal
número no Facebook e era preciso celebrar isso, convi-
dando todos os nossos amigos para uma grande festa”,
comenta Adriana. “E essa festa é parte de um processo
de inovação, emque convidamos as pessoas a criar algo
junto conosco. Com essa ação, reforçamos os valores
Veículostradicionais,comoo
JornaldaTarde
,estão
perdendoabatalhaparaasnovasmídiasdigitais