Além das “privatizações” de rodovias, também nos
portos há crescimento da participação de investimen-
tos particulares. Uma boa logística se entende como
uma adequadamalha demultimodalidade, com formas
corretas de conexão de ferrovias, rodovias, transporte
fluvial e portos marítimos. Porém o papel de coordena-
ção não deve escapar dasmãos do governo. Umexemplo
fácil para entender essa responsabilidade governamen-
tal são as desapropriações, por vezes imperiosas, como
no projeto do trem bala, de São Paulo ao Rio de Janeiro.
Uma boa logística se preocupa, além da movimen-
tação de bens e pessoas, também com a estocagem.
Isso é especialmente importante no agronegócio.
Dos armazéns — silos privados — credenciados pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 76%
não estão habilitados por diversos motivos, quer por
estruturas ou processos inadequados, quer por falta
de documentação. O Brasil possui um deficit de arma-
zenagem em torno de 40 milhões de toneladas, con-
forme relata a reportagem Plano Safra 2013/14 e deve
priorizar armazenagem de grãos, publicada no dia 3
de junho de 2013, no portal Terra. Todos os incentivos
acabam indo para a produção e se esquecem onde essa
produção será armazenada. Enquanto a produção de
2013/14 deve ultrapassar 180 milhões de toneladas de
grãos, o espaço público disponível para estocagem é de
2,2 milhões, sendo que o investimento privado entra
com 141 milhões. Nos Estados Unidos, a capacidade
de armazenagem é 50% superior à produção.
Portanto, para maior competitividade, os investi-
mentos precisam ir tanto para amovimentação quanto
para a estocagem. O desafio é enorme em face da falta
de recursos para investimentos, já que a arrecadação,
A safra deste ano deverá bater novos
recordes ao ultrapassar 180milhões de
toneladas de grãos, mas o espaço para a
estocagemé de apenas 2,2milhões
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Comércio exterior
Revista da ESPM
|março/abril de 2014
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