Hoje, o tema figura entre os grandes objetivos a serem
alcançados pormuitos hospitaisnoBrasil, cujos gestores
já entenderamque a saúde do sistema passa, necessaria-
mente, pelo controle das operações, pela eficiência das
práticas e, consequentemente, pela redução dos custos.
Nesse segmento, as demandas por novas tecnologias
emedicamentos de última geração, principalmente nas
áreas cardiovascular, ortopedia, neurologia e oncologia,
elevamà enésima potência a velocidade de atualização
de profissionais e equipamentos de diagnóstico. Esse
upgrade
dinâmico tem ampliado consideravelmente
o custo das empresas na área da saúde. Ao analisar o
desempenho da economia brasileira nos últimos 20
anos, é possível notar que a inflação na área da saúde
sempre esteve acima da inflação registrada nos demais
setores da economia.
Essa dinâmica da inflação na saúde ocorre nomundo
inteiro, mas no Brasil a questão foi potencializada e
distorcida por conta das várias mazelas econômicas
enfrentadas pelo país. Tudo começou como plano Cru-
zado, que foi lançado em 1986, pelo então presidente
José Sarney. Ao promover o congelamento dos preços, o
governo feza rentabilidadedas empresas chegar próximo
de zero. Tal situaçãomudou, completamente, a forma de
relacionamento entre fornecedores e compradores em
todos os segmentos da economia. No setor de saúde, a
principal alteração foinamaneiraderemunerarhospitais,
As filas formadas nos hospitais das
redes públicas e privadas dão o
diagnóstico exato do problema: o
sistema está sobrecarregado
Levantamento recente do Conselho Federal deMedicina
(CFM) aponta que os investimentos feitos pelo governo
na área de saúde permanecem inalterados há 12 anos.
A cifra é de aproximadamenteR$ 4 bilhões por ano
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Logística hospitalar
Revista da ESPM
|março/abril de 2014
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