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mento prescrito pelomédico, monta umpacote e envia

esse kit para uma esteira, que transporta omaterial por

meio de tubos pneumáticos até um armário eletrônico

no posto de enfermagemdo andar emque esse paciente

está internado. Quando o kit é retirado do armário, o

valor de cada medicamento já é creditado direto na

conta do paciente. Na sequência, um procedimento

padrão garante a segurança do sistema: na beira do leito,

a enfermeira checa o código de barras impresso no kit

que será administrado como código de barras presente

na pulseira do paciente. Com isso, você faz o bomuso e

o uso adequado dos medicamentos, eliminando assim

o desperdício. O resultado de todo esse processo é a

redução de custo e o ganho de eficiência. Até porque, se

antes era permitido cobrar da operadora umvidro com

30 comprimidos, agora a conta é feita por comprimido

oumiligramas administrados.

O problema dos hospitais é que eles trabalham com

uma grande oferta de insumos, e realizar o controle da

utilizaçãodesses insumoséalgomuitodelicado. Épreciso

evitar odesperdícioeaomesmo tempogarantir a entrega

domedicamento certo, na quantidade correta e na hora

exata para o paciente certo. Essa equação faz da logística

hospitalarumprocessoaltamentecomplexoesofisticado,

que acaba envolvendo todas as áreas do negócio.

Um caminho sem volta

Antigamente, o segmento da saúde era chamado de

“mercado de boca aberta”, porque os hospitais não pre-

cisavam fazer grandes investimentos para ter a casa

cheia. Hoje, como aumento da concorrência e a redução

das margens de lucro, as instituições lutam para ter os

melhoresmédicos, boaspráticas eótimos clientes. Nesse

cenário, a área de logística vem caminhando a passos

largos, seja para cobrar bem da operadora, seja para

aumentar a segurança da operação e de seus pacientes.

Noano2000, quando iniciamosa implantaçãoda logís-

tica nohospital Samaritano, amédia de permanência no

hospital era de 5,6 dias. Dois anos depois, com a gestão

de leitos implantada e todo o treinamento feito com os

profissionaisdas áreas afins, essamédiadepermanência

foi reduzida para 3,6 dias em um hospital geral de alta

complexidade. Oque isso significa? Ao reduzir o tempo

de internação de cada paciente, conseguimos não só

aumentar a capacidade do hospital, como também sua

margemde lucro, umavezqueociclodecustodopaciente

émuito altonos primeiros dias. Depois que você entende

o que ele teme passa amedicá-lo, essamargemde lucro

diminui consideravelmente.

Na década de 1970, era normal umhospital trabalhar

com 75% de ocupação nos leitos. Recentemente, com o

auxílio da logística hospitalar, omercado trabalha com

taxas entre 85% e 90% de ocupação, além de conseguir

mitigar o risco da operação. Ao aumentar o giro do leito,

o hospital, automaticamente, melhora a relação damar-

gemde lucro que tem com cada paciente.

Em todo hospital, a gestão de leitos deve funcionar

com o mesmo sincronismo de um relógio. É preciso ter

horário certo para assinar a alta, para o paciente deixar

o hospital e para amanutenção de engenharia entrar em

campo. Isso porque se aquele leito não for ocupado até

determinado horário, a diária é perdida, pois não será

faturada para o operador do plano de saúde. O mesmo

acontece como agendamento inteligente de exames em

hospitais de alta complexidade. Ao sair do consultório

médico, a pessoa temuma demanda de exames sequen-

ciais a ser feita. Se o hospital tiver uma logística eficaz

para realizar a gestão do tempo, essa pessoa não terá de

retornar três ou quatro vezes àmesma instituição para

Logística hospitalar

Revista da ESPM

|março/abril de 2014

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