médicos e operadores de planos. Como não era permi-
tido aumentar o valor cobrado por exames, materiais e
diárias hospitalares, as instituições passaram a criar
novas taxas. Assim surgiram as taxas de medicação,
curativo, cuidados de enfermagem, uso de equipamento
para soro e tantas outras. A partir daí, o custo de servi-
ços simples, comomandar omaterial esterilizado para
o centro cirúrgico, passou de 5% para 20%, 30% ou, em
alguns casos, até 40% sobre a taxa de material.
A fórmula funcionou durante algum tempo, mas as
margensdonegóciocontinuaramdiminuindocomopas-
sar dos anos. Era preciso criarmecanismos para corrigir
essas distorções. A solução foi partir para uma operação
capaz de aumentar a eficiência da gestão operacional
e de insumos e assim poder migrar a margem de lucro
para outras prestações de serviços dentro da estrutura
hospitalar. É neste momento que a logística assume o
papel de protagonista, atuando desde a avaliação do
fornecedor de medicamentos e o controle de estoques
até a automação de equipamentos e o horário em que o
médico assina a alta do paciente.
Atualmente, alguns hospitais funcionam nos mes-
mos moldes de complexas centrais de distribuição de
peças da indústria automobilística. O estabelecimento
possui grandes carrosséis automatizados e integrados
ao sistema hospitalar. Assimque o funcionário digita o
nome do paciente, o equipamento separa cadamedica-
O relatório produzidono início do ano pelo CFMmostra
tambémque 64% dos hospitais analisados apresentam
uma taxa de ocupação de emergência que ultrapassa
os 100%, ou seja, vivemsuperlotados
Existe uma operação que pode
contribuir para tirar nossos
sistemas de saúde público e privado
da UTI: a logística hospitalar
valéria
gonçalvez
/
estadão
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março/abrilde2014|
RevistadaESPM
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