Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  53 / 184 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 53 / 184 Next Page
Page Background

março/abrilde2014|

RevistadaESPM

53

desenvolver o mercado on-line para

cervejas premiume superpremium.

Dubes –

Hoje, então, vocês entregam

isso para a B2W?

Vinicius –

O site é nosso. Com-

pramos os produtos, entregamos

para a B2W e eles entregam para o

consumidor.

Dubes –

Mas a ideia é estudar uma

forma própria de fazer isso?

Vinicius –

Não, pode continuar as-

sim. A parceria tem dado certo. Só

que precisamos expandir esse ca-

nal para vender não só para o con-

sumidor final. O ponto de venda de

produto premium também pode ser

atendido. O supermercado

premium

de bairro, a

delicatessen

também

deveria usar esse canal. Aí come-

çamos a criar uma massa crítica

maior, uma forma de atendimento

melhor para esse tipo de canal.

Dubes –

Atualmente, esse tipo de

canal é atendido pela estrutura maior

da Ambev?

Vinicius –

Sim, o que acaba ge-

rando um serviço menor, não dá

o valor que o cliente quer. Temos

um piloto em São Paulo, a entrega

VIP. Estamos testando um modelo

semelhante. Mas ainda é um pouco

de cada coisa. Nem tudo é pela in-

ternet, mas já é separado da entrega

normal. Agora é preciso juntar tudo

o que estamos aprendendo com

esse modelo para executar.

Dubes –

A infraestrutura logística

ainda é um dos principais entraves ao

aumento da competitividade brasilei-

ra. No entanto, o governo federal au-

torizou, recentemente, a construção

de portos privados, pretende licitar

uma série de terminais em portos

públicos, entregou a gestão dos dois

mais importantes aeroportos brasilei-

ros à iniciativa privada, está licitando

estradas e tem planos também para

ferrovias. A companhia já leva em

conta essas mudanças em seu plane-

jamento logístico futuro?

Vinicius –

Ainda não vimos sinal

que nos dê esperança de que vai

melhorar. O nosso transporte hoje

é, praticamente, só rodoviário. E

um dos maiores problemas que

temos, quando falamos de segu-

rança, é a qualidade das estradas e

dos caminhões que conseguimos

contratar. Tentamos fazer cotações

para o transporte fluvial, marítimo

e ferroviário. Tudo inviável. O ferro-

viário está totalmente tomado pelo

agrícola. Eles não se interessam. A

gente acaba sendo um negócio pe-

queno, e a margem que eles obtêm

com os outros produtos é muito

maior. Vamos sempre ao mercado

procurar. Mas não vemos melhoras.

Às vezes, temos de fazer transfe-

rências de longa distância e usamos

transporte fluvial. Mas gostaría-

mos de usar muito mais.

Dubes –

O trânsito em grandes ci-

dades como São Paulo é um desafio

cada vez mais sério e agravado por

problemas recorrentes, como chuvas

intensas e cheias decorrentes delas.

Trata-se de um obstáculo que preocu-

pa a companhia?

Vinicius –

É um problema muito

grande. Da mesma forma que ro-

damos a ferramenta de otimização

de

footprint

para as novas fábricas,

estamos fazendo com os centros de

distribuição. Um caminho é inves-

tir em armazéns. Ficamos parados

durante um período com isso, mas

nos últimos dois ou três anos inves-

timos muito em armazéns. Também

precisamos contratar a quantidade

adequada de equipamentos e nos

adequar às restrições que as cidades

colocam, como a restrição ao tráfego

de caminhões de alguns tamanhos,

em alguns lugares. Uma solução que

nos interessaria bastante seria a en-

trega noturna. Mas é difícil conven-

cer o ponto de venda a abrir à noite,

com a violência que há em nossas ci-

dades. Temos a experiência de outros

países onde o motorista tem a chave,

vai ao ponto de venda, monitorado

por uma câmera, entrega e sai. Com

isso, eu conseguiria otimizar mi-

nha frota e minha equipe. Estamos

apostando, agora, em ferramentas

de otimização de rota, de horário de

saída. Queremos alavancar ferra-

mentas tipo Waze, ou coisa parecida,

para deixar isso namão domotorista.

Nosso objetivo é que, até o fim do

Tentamos fazer cotações para realizar

os transportes fluvial, marítimo e ferroviário.

Tudo inviável. O ferroviário está totalmente

tomado pelo agrícola. Eles não se interessam