março/abrilde2014|
RevistadaESPM
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Dubes –
E atribui a quê?
Vinicius –
Temumpouco do
promo-
tion driven
. É um ambiente nervoso,
que não permite entrar com muita
técnica e ciência para fazer o ne-
gócio ser mais suave. Não atribuo
responsabilidade a eles. Quando
conversamos, em reuniões de dire-
toria com o varejo, acertamos o que
temos de fazer. No dia a dia, ainda
temos dificuldade. É um item que
temos de melhorar.
Dubes –
E como estão os investimen-
tos em segurança logística?
Vinicius –
Em qualquer operação,
implantamos a cultura de que a
segurança está em primeiro lugar.
Até porque só se consegue níveis
excepcionais de segurança se for
extremamente eficiente. Se estiver
todo mundo em um armazém sujo,
bagunçado, com carga atrasada para
entregar, deve ter acidente. Seguran-
ça é um indicador extremamente
importante. Há uma norma proces-
sual para fazer as coisas andarem
corretamente. Mas temos também
de conscientizar o nosso funcioná-
rio que segurança está em primeiro
lugar. Não adianta dizer para ele
que é preciso andar com cinto de
segurança no caminhão, se eu não
treiná-lo para usar. Chamamos a
atenção, tanto dos nossos moto-
ristas, quanto de freteiros sobre
trechos críticos, onde se percebem
mais acidentes, nas rotas que vão
fazer. Queremos começar a fazer
isso com o smartphone, que estará
dentro do carro. Queremos chegar
ao ponto de avisá-lo: “Olha, você está
chegando perto daquela curva que é
perigosa e está a 60 km/h, quando o
correto é estar a 30 km/h”. Estamos
desenvolvendo esse tipo de coisa.
Fizemos investimentos imensos
dentro dos armazéns para evitar que
homem e empilhadeira se cruzem.
Desenvolvemos uma empilhadeira
coma USP, que conta comumsensor
de radiofrequência no capacete do
operador. Se ela chega a oito metros
de distância de uma pessoa, diminui
a velocidade. Se ela chega a três me-
tros, para. Colocamos uma luz infra-
vermelha para avisar em volta onde
está a empilhadeira. Ela faz barulho.
Não deixamos mais ninguém en-
trar no armazém. Os caminhos são
todos cercados. Se a empilhadeira
bater, ela volta. Tudo para evitar esse
contato de homem-máquina.
Dubes –
Entrevistei há cerca de três
anos um executivo de uma empresa
de rastreamento que disse ser possí-
vel, pelo rastreador, avaliar o motoris-
ta. O que permitia premiar o funcio-
nário que gastava menos combustível
ou desgastava menos o veículo, pela
forma como dirigia. A Ambev tem
algo nessa linha?
Vinicius –
Estamos atrasados em
telemetria. O que temos é o “mo-
derníssimo” tacógrafo. Tentamos
já, há dois anos, colocar esse GPS
no caminhão. Só que o cara precisa
ligar e marcar que chegou ao ponto
de venda. Mas ele acha que aquilo é
para vigiar seu trabalho e não gosta
de usar. Quando dermos para ele o
sistema junto com o smartphone,
vamos dizer para fazer o que quiser
com o aparelho. Não vamos bloque-
ar internet, nada. Só vamos querer
saber onde está. E, então, consegui-
remos fazer tudo isso. Saber a velo-
cidade em que ele está, onde parou,
se parou perto do ponto de venda.
Aí vamos instalar telemetria para
saber se o caminhão parado ficou li-
gado, se andou acima da velocidade
em alguma via... Vamos conseguir
fazer isso em algumas centrais de
monitoramento. Acabou o dia, pega
o relatório de exceção e conversa
com o motorista. Queremos dar um
salto e achamos que esse salto está
no smartphone. Lancei o desafio
para o meu time no ano passado e
tem muita gente de logística e de TI
louca atrás disso. É impressionante
como tem empresa pequena fazendo
coisas que antes tínhamos de pedir
para empresas grandes, america-
nas, ligadas a universidades. Aquilo
ficava um ano, pesado, carregava.
Com o uso dos smartphones, é im-
pressionante a velocidade com que
conseguimos resolver as coisas.
Dubes –
Podemos dizer que a Ambev
quer entrar na era da logística do
smartphone?
Vinicius –
Pode. Ainda não chega-
mos lá, mas este é o caminho.
Emqualquer operação, colocamos uma cultura
de que a segurança está emprimeiro lugar.
Até porque só se consegue níveis excepcionais
de segurança se for extremamente eficiente