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março/abrilde2014|

RevistadaESPM

57

Dubes –

E atribui a quê?

Vinicius –

Temumpouco do

promo-

tion driven

. É um ambiente nervoso,

que não permite entrar com muita

técnica e ciência para fazer o ne-

gócio ser mais suave. Não atribuo

responsabilidade a eles. Quando

conversamos, em reuniões de dire-

toria com o varejo, acertamos o que

temos de fazer. No dia a dia, ainda

temos dificuldade. É um item que

temos de melhorar.

Dubes –

E como estão os investimen-

tos em segurança logística?

Vinicius –

Em qualquer operação,

implantamos a cultura de que a

segurança está em primeiro lugar.

Até porque só se consegue níveis

excepcionais de segurança se for

extremamente eficiente. Se estiver

todo mundo em um armazém sujo,

bagunçado, com carga atrasada para

entregar, deve ter acidente. Seguran-

ça é um indicador extremamente

importante. Há uma norma proces-

sual para fazer as coisas andarem

corretamente. Mas temos também

de conscientizar o nosso funcioná-

rio que segurança está em primeiro

lugar. Não adianta dizer para ele

que é preciso andar com cinto de

segurança no caminhão, se eu não

treiná-lo para usar. Chamamos a

atenção, tanto dos nossos moto-

ristas, quanto de freteiros sobre

trechos críticos, onde se percebem

mais acidentes, nas rotas que vão

fazer. Queremos começar a fazer

isso com o smartphone, que estará

dentro do carro. Queremos chegar

ao ponto de avisá-lo: “Olha, você está

chegando perto daquela curva que é

perigosa e está a 60 km/h, quando o

correto é estar a 30 km/h”. Estamos

desenvolvendo esse tipo de coisa.

Fizemos investimentos imensos

dentro dos armazéns para evitar que

homem e empilhadeira se cruzem.

Desenvolvemos uma empilhadeira

coma USP, que conta comumsensor

de radiofrequência no capacete do

operador. Se ela chega a oito metros

de distância de uma pessoa, diminui

a velocidade. Se ela chega a três me-

tros, para. Colocamos uma luz infra-

vermelha para avisar em volta onde

está a empilhadeira. Ela faz barulho.

Não deixamos mais ninguém en-

trar no armazém. Os caminhos são

todos cercados. Se a empilhadeira

bater, ela volta. Tudo para evitar esse

contato de homem-máquina.

Dubes –

Entrevistei há cerca de três

anos um executivo de uma empresa

de rastreamento que disse ser possí-

vel, pelo rastreador, avaliar o motoris-

ta. O que permitia premiar o funcio-

nário que gastava menos combustível

ou desgastava menos o veículo, pela

forma como dirigia. A Ambev tem

algo nessa linha?

Vinicius –

Estamos atrasados em

telemetria. O que temos é o “mo-

derníssimo” tacógrafo. Tentamos

já, há dois anos, colocar esse GPS

no caminhão. Só que o cara precisa

ligar e marcar que chegou ao ponto

de venda. Mas ele acha que aquilo é

para vigiar seu trabalho e não gosta

de usar. Quando dermos para ele o

sistema junto com o smartphone,

vamos dizer para fazer o que quiser

com o aparelho. Não vamos bloque-

ar internet, nada. Só vamos querer

saber onde está. E, então, consegui-

remos fazer tudo isso. Saber a velo-

cidade em que ele está, onde parou,

se parou perto do ponto de venda.

Aí vamos instalar telemetria para

saber se o caminhão parado ficou li-

gado, se andou acima da velocidade

em alguma via... Vamos conseguir

fazer isso em algumas centrais de

monitoramento. Acabou o dia, pega

o relatório de exceção e conversa

com o motorista. Queremos dar um

salto e achamos que esse salto está

no smartphone. Lancei o desafio

para o meu time no ano passado e

tem muita gente de logística e de TI

louca atrás disso. É impressionante

como tem empresa pequena fazendo

coisas que antes tínhamos de pedir

para empresas grandes, america-

nas, ligadas a universidades. Aquilo

ficava um ano, pesado, carregava.

Com o uso dos smartphones, é im-

pressionante a velocidade com que

conseguimos resolver as coisas.

Dubes –

Podemos dizer que a Ambev

quer entrar na era da logística do

smartphone?

Vinicius –

Pode. Ainda não chega-

mos lá, mas este é o caminho.

Emqualquer operação, colocamos uma cultura

de que a segurança está emprimeiro lugar.

Até porque só se consegue níveis excepcionais

de segurança se for extremamente eficiente