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março/abrilde2014|
RevistadaESPM
Log
ística:ocoraçãoquebombeiasangue
paratodaaempresa
Basf, Boticário, McDonald’s, Nestlé e ViaVarejomostramcomo a
iniciativa privada pode — e deve — sermais competitiva pormeio da
logística, umsistema vital para o bom funcionamento dos negócios
Por Anna Gabriela Araujo
E
m agosto de 2012, o governo federal lançou
o Programa de Investimentos emLogística
para aumentar os investimentos públicos
e privados feitos na área de infraestrutura
dos transportes, pormeio da integração de rodovias, fer-
rovias, portos e aeroportos. O objetivo era minimizar a
falta de infraestrutura registrada nos quatro cantos do
país, quemesmo ocupando o posto demaior exportador
de café, suco de laranja, açúcar, soja e carnes bovina e de
frango do mundo, não possui recursos suficientes para
escoar a maior parte de sua produção.
Dois anos depois, a integração dos modais ainda é
uma promessa e o Brasil continua derrapando emestra-
das precárias, portos ineficientes, frota defasada e alta
carga tributária. De acordo comestudo da Confederação
Nacional doTransporte (CNT), desde1975, o investimento
público federal em infraestrutura de transporte caiu de
1,84% para 0,29% em 2012. Ineficiente, insuficiente e
sucateada, a infraestrutura nacional eleva o custo-Bra-
sil à enésima potência e inviabiliza inúmeros negócios.
Depois de sentir nobolsoodescasodopoder público, o
empresariadobrasileiroaprendeuumadura lição: quanto
pior é umgoverno, melhores emais eficientes as empre-
sas têmde ser. Agora, o tamanho e o potencial de cresci-
mentodanação servemde incentivopara a iniciativa pri-
vada arregaçar asmangas e colocar emprática fórmulas
criativas visando desatar o nó dos inúmeros problemas
logísticos registrados no país. “Estamos emumpaís que
precisa de reformas em diversas áreas, desde a tributá-
ria até a logística. Dentro da logística, temos situações
muito desafiadoras, como o fato de 10% de nossas estra-
das serempavimentados”, ressalta PauloCelsoMathias,
diretor de operações logísticas da Basf para a América
do Sul. “A solução é investir em inovação.”
Já o Grupo Boticário foi buscar no exterior amais alta
tecnologiade centros dedistribuiçãodomundopara apli-
car no seu novoCentro deDistribuição (CD), inaugurado
emSãoGonçalodosCampos (BA), noúltimomês de abril.
“OCD recebeu um investimento de R$ 155milhões e foi
concebido para atender à demanda de distribuição de
cosméticos e perfumaria nas regiões Norte e Nordeste
do Brasil”, comenta Miguel Letenski, diretor de supply
chain do Grupo Boticário.
Embusca dos grandes cases do setor de logística, nos
deparamos como trabalho damaior empresa de alimen-
tos do mundo, a Nestlé. Amultinacional suíça também
está de CD novo e pretende registrar uma economia de
R$ 9 milhões por ano com o Centro de Distribuição de
Araras (SP). Emoutra frente, a Via Varejo aumentou em
30% sua frota, que agora conta com 3,1 mil caminhões.
A partir de setembro de 2013, também investiu na dis-
tribuição de setemil tablets para seusmontadores e téc-
nicos demontagem. “Para o nosso negócio, a entrega do
produto em perfeitas condições e no prazo acordado é
tão importantequantoa venda”, asseguraMarceloLopes,
vice-presidente de infraestrutura da Via Varejo.
Porfim, completamos esseespecial sobre logísticacom
o trabalho feito por Celso Cruz, à frente da diretoria de
supply chain doMcDonald’s Brasil. “Para nós, a logística
é análoga ao coração para o corpo humano. É o órgão que
bombeia sangue para os demais órgãos.”
A seguir, você confere como Basf, Boticário, McDo-
nald’s, Nestlé e Via Varejo estão usando e abusando da
logística para otimizar investimentos, ampliar partici-
pação de mercado e conquistar os consumidores com
estratégias estruturadas e muito bemplanejadas.
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