Política
Revista da ESPM
| janeiro/fevereirode 2014
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Ocaminhoparaapartilharedistributivistadaesquerda
—que, ameuver, seria justa, se fosse ohomemdiferente—
só pode ser aberto, sob a ótica das teses socialistas, pelo
princípiodequesetemdetirarrecursosdosricos—quesão
considerados párias —para entregá-los aos pobres, desde
que sejameles, os socialistas, a administrar tais riquezas
destinadas à redistribuição. Tal redistributivismo, base-
ado “na inveja enoódio” aosmais ricos, jamais irá gerar o
espírito próprio das partilhas, que precisamestar alicer-
çadas no altruísmo e no amor. Assim, seria justo.
Por essa razão, as entidades assistenciais sem fins
lucrativos, formadas por voluntários cuja única ideolo-
gia é servir, sãomuitíssimomais úteis que os “profissio-
nais da ideologia redistributivista” em causa própria.
Os ideólogosdaesquerdaquepretendemtirar dos ricos
paradar aospobres, exatamenteaqueles recursosque são
geradoresde empregos, são ineficientesno tratodo social
e pouco altruístas, a não ser com seus fiéis correligioná-
rios. Por outro lado, os ricos, infelizmente, só trabalham
para o social quando têmos faróis damídia e da comuni-
cação a afagar suas vaidades, desdobrando-se, açulada-
mente, para frequentar as páginas das revistas e dos jor-
nais, em que exibem, como pavões, os sinais exteriores
de suas riquezas.
Nada melhor, para estimular a inveja da esquerda, do
queofútilexibicionismodadireitarica,asmulheresosten-
tando plásticas rejuvenescedoras, roupas caríssimas e
frequentando festas fenomenais e os homens acolitando
esta folclóricamanifestaçãode futilidades edesperdícios.
E, de rigor, esta classe social composta de invejosos da
esquerdaedeexibicionistasdadireitavaisetornando,jun-
tamente comaqueles que exercemopoder, ou seja, políti-
cos e burocratas, umenorme pesomortoque a sociedade
devesuportar,alémdoEstadoedogoverno,quesãoapenas
os próprios detentores do poder e jamais o próprio poder.
Os políticos
Uma das características do Estadomastodôntico da atu-
alidade é a sua classe política.
Quase todos os políticos têmprojetos pessoais e utili-
zam-se de seus eleitores para realizá-los. Ademagogia é a
essênciadasuapregação. Jánãose importamemser trans-
parentesoualtruístas,masapenasemimpressionar bem.
A imagemdo político não é construída a partir de sua
atuação como homem público, mas aquela que o asses-
sor de imprensa, o homemda publicidade, denominado
“marqueteiro” da mídia, constrói.
Nada é tão distante do político atual quanto a imagem
que os homens de mídia por ele contratados edificam
perante o público e que deve ser seguida à risca para que
tenha viabilidade eleitoral.
Emoutras palavras, o eleitor votanãonopolítico como
ele é, mas na imagem dele produzida por especialistas
em ilusões. Criamumherói cinematográfico e vendem
esta imagem, como se fosse de um idealista dedicado à
pátria e aos interesses da comunidade.
Umavezeleito,seucompromissocomoeleitoradodeixa
deexistiresóseráretomadonosúltimosmesesdeseuman-
datopara,novamentecontratandoos“especialistasdailusão”
Simone deBeauvoir, no seu livro
Osmandarins,
mostrou
comona França do pós-guerra tudo justificava o ataque
à direita, mesmo quandonãomerecia e tudo justificava
esconder os defeitos da esquerda
Umdos aspectos da corrupção
reside na gradativa insensibilidade
que o corrupto vai adquirindo, como
odrogado, nos seus desvios de conduta
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