janeiro/fevereirode2014|
RevistadaESPM
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—muitas vezes “os especialistas damentira” —, venderem
suaimagemdededicadocidadãoeagentepúblicoexemplar.
Em qualquer país do mundo democrático e especial-
mente no Brasil, os melhores marqueteiros são os que
vencem as eleições e são disputados a peso de ouro.
Àevidência, o compromissodomarqueteiro é comsua
profissão, “vender ilusões”; não temnenhuma vinculação
com os ideais dos candidatos que “produz”.
Por essa razão é que a democracia, no mundo, é uma
singela democracia de acesso, tantomais frágil quanto
mais o regime vincular-se às soluções presidenciais e
não parlamentares.
É que, no sistema parlamentar de governo, a alternân-
cia no poder émais rápida e só nele permanece o político
consistente. Margaret Thatcher governou a Inglaterra
durante 11 anos e apenas perdeu por ter acreditado que
o aumento de tributação seria irrelevante. O povo rea-
giu e ela foi derrotada.
O político — a maioria, visto que há sempre algumas
exceções — é alguémque faz do carreirismo, fisiologismo
e infidelidadepartidária seu ideal devida, razãopelaqual,
por pensar somente em si e pouco nos representantes e
na pátria, não auxilia o desenvolvimento da nação, nem
a solução dos grandes problemas.
Dir-se-á que esse é ummal necessário da democracia,
pois, de tempos em tempos, deve correr atrás de novos
eleitores, mas, para tanto, conta sempre com os mar-
queteiros de ocasião.
Hádeseconvir,entretanto,queaverdadeirademocracia
estálongedoretratoqueospolíticosdaatualidadenomundo
inteiro apresentam—decididamente umpéssimo retrato.
Eademocraciaatual éapenasmenos ruimqueaditadura.
Os burocratas
Outro aspecto a conformar o Estado mastodôntico é o
papel dos burocratas: os servidores públicos de carreira.
Aqueles que entram no serviço público, muitas vezes,
vivem sem maior interesse pela sociedade, e pensam
apenas em sua aposentadoria para gozar, com folga, o
repouso futuro.
Rui Falcão, presidente doPT: ”Nãohá administração
pura. Até nas empresas existe política, disputa de poder,
mediações. Às vezes, o empresário admite até prejuízos do
ponto de vista da eficiência para poder ganhar lána frente”
Margaret Thatcher governou a Inglaterra de 1979 até 1990,
e só perdeupor ter acreditado que o aumento de tributação
seria irrelevante para aGrã-Bretanha. Opovo reagiu e a
”Dama de Ferro” acabouderrotada
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