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janeiro/fevereirode2014|

RevistadaESPM

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utilitária seu objetivo de vida. Não têm prestígio para

concorrer às eleições, mas suam a camisa para conse-

guiremser lembrados pelos vencedores. Por outro lado,

não têmcompetência para o exercício de cargos de con-

fiança, comoministrosousecretáriosdeEstado. Suaespe-

cialidade, como as hienas que acompanhamos grandes

predadores, é usufruir da carniça política.

Nas ditaduras, a visibilidade de tais aproveitadores é

maior, visto que não há controle externo.

Nasdemocracias, eles sãomaisengenhosos,maisastu-

tos,mais perspicazes. Vivendo projetos próprios e não os

danação,nãopensamemoutracoisasenãoemenriquecer,

mantendo-se à tona, razão pela qual sua fidelidade polí-

ticanão émaior doque foi afidelidade conjugal deMessa-

lina. São a escória dos governos, emvestes alcandoradas.

Uma segunda classe dos aproveitadores são os mar-

queteiros. Os que fabricamos candidatos. Nada émenos

verdadeiro que o candidato produzido para uma eleição

pelos marqueteiros. São os “vendedores de mentiras”,

dos quais os políticos atuais não podemprescindir para

ganhar as eleições. Os marqueteiros têmduas funções:

manter incólume seu candidato e destruir o candidato

oposto. Balançamentre suas duas habilidadesmaiores,

ou seja, amentira e a distorção. Quantomais eficientes

sejamsuasmentiras,mais letais. Esãoadmiradospor este

seu talento, à disposição de democracia de acesso, que

nada tema ver coma real democraciadopovo, aquelaque

permite o permanente controle de seus representantes.

Uma terceira categoria de aproveitadores são aqueles

que financiamas campanhas para depois usufruíremda

partilhado“butim”.Taisaproveitadoressabemqueofinan-

ciamentodecampanhaéuminvestimentonecessáriopara

conseguir polpudos contratos públicos, posteriormente.

No Brasil, a permanente dispensa de licitação por

razões de urgência quase sempre beneficia os financia-

dores de campanha, principalmente daqueles partidos

que, na oposição, se apresentavam como paladinos da

moralidade. Os paladinos damoralidade só o são quando

militam na oposição. Na situação, são sempre patroci-

nadores da imoralidade.

Umquarto tipo de aproveitador representa a categoria

dosquebuscamoempregooficial, nãoporméritopróprio,

mas por ser amigo dos poderosos.

AConstituiçãodoBrasil, por exemplo, impõe concurso

público para acesso a cargos públicos, mas as exceções

relativas aos cargos de confiança e as assessorias espe-

ciais são tantas, quenãohágovernantequenão tragauma

legião de aproveitadores para partilhar o poder.

Tais aproveitadores querem o emprego público e,

para tanto, “competência e ética” são substituídas por

“amizade e bajulação”. Por isso, um correto servidor de

carreira, que não faça política, termina sua vida pública

como chefe de seção, enquanto o bajulador do poder

poderá chegar aos postos mais altos da administração.

Outros “espécimes” de aproveitadores existem, tendo

preferido, todavia, apenas descrever, neste curto artigo,

apenas alguns deles.

Os corruptos

A política levamuita gente à corrupção. Opoder público

também. Burocratas e políticos correm sérios riscos de

resvalarempara a corrupção. Nela se incluem, também,

a corrupção afetiva, o nepotismo, as concessões por vai-

dade humana, alémdo que é mais comum, a corrupção

pura e simples por dinheiro.

População protesta contra a política de CristinaKirchner,

acusada de querer silenciar a imprensa argentina

coma Lei deMídia, que limita a atuação dos

conglomerados de comunicaçãono país

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