janeiro/fevereirode2014|
RevistadaESPM
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O
declínio dos valores é fenômeno universal
edeevidenteconstatação. Os fundamentos
da civilização concebida como progresso
e evolução contínua ruíram. Proclama-se
enfaticamente um crescente rol de direitos humanos,
alicerçados em valores básicos, quais sejam a inviolabi-
lidade da vida, a liberdade, a igualdade, a propriedade e
a segurança. Aomesmo tempo, denota-se o desprestígio
que elesmerecemno cotidiano.
Onde foram parar os valores? Há oito anos, Jerome
Bindé organizou uma obra cujo título retrata essa inquie-
tante indagação:
Para onde vão os valores?
(Instituto Pia-
get, 2006). No passado, a família era o nicho apropriado
ao cultivodo respeito, da consideração e dodevotamento
a bens da vida intangíveis, mas considerados essenciais
ao convívio saudável. No artigo
La Famille
, escrito em
1956, Claude Lévi-Strauss, um dos maiores intelectuais
do século 20, assinalou: “A vida familiar apresenta-se
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