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maio/junhode2014|

RevistadaESPM

127

A

música fazparteda culturapopular há sécu-

los, mas só no fim do século 19 foi possível

ouvir determinada canção no momento

que uma pessoa quisesse e quantas vezes

desejasse por meio de formatos físicos que permitiam o

seu arquivamento e a sua reprodução. Em1887, o alemão

Emile Berliner inventou o gramofone, um equipamento

que reproduzia sons através de umdisco. Oaparelho, que

ficouconhecidocomovitrola, assimcomooprópriodisco,

eramartefatos caros para a época, dificultando a popula-

rização da novidade.

SomenteapósaSegundaGuerraMundialqueosequipa-

mentosdereproduçãoeodiscodevinilatingiramumvalor

acessível e se espalharam pelo mundo, desenvolvendo a

indústria fonográficaqueconhecemos: gravadorascontro-

landobasicamentetodasasetapasdacadeiaprodutiva,con-

tratando artistas emúsicos de apoio; gravando emixando

asmúsicas; promovendo bandas; controlando a produção

dosmeiosfísicosevendendoaosvarejistas,queporsuavez

eramopontodecontatocomosconsumidores.Essaprimeira

estruturaverticalizadademandavagrandesescalas, oque

acabou por gerar um oligopólio controlado basicamente

por quatrograndes empresas (Universal, Sony, EMI eWar-

ner), que por décadas controlarammais de 70% damúsica

comercializada ao redor domundo.

Em1979,comoadventodoCD(CompactDisc),agravação

damúsicapassouaserdigital,masforamnecessáriasquase

duas décadas para que amúsica digital pudesse se desven-

cilhardeumformatofísicoeassimsertransmitidaerepro-

duzidadeformadigitalemcomputadoreseentrecomputa-

dores coma ajuda da internet. O site de trocas de arquivos

musicais digitaisNapster foi amola propulsora que permi-

tiuoacessoacustoquasezeroaumainfinidadedemúsicas.

A digitalização da música também permitiu que

artistas pudessem absorver as funções das gravado-

ras ao produzirem e distribuírem os seus conteúdos

sem a necessidade de uma empresa especializada na

cadeia produtivamusical, assimcomo tambémse pode

vender música virtualmente, sema necessidade de um

varejista, rompendo definitivamente com o modelo da

cadeia produtiva musical existente até então, criando

valor para o artista e possivelmente para o consumidor.

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