Esses dados sugeremque a dieta dos brasileiros tende
a convergir paraos padrões similares aos dos paísesmais
desenvolvidos, conforme aumenta a renda
per capita
e
diminuiadesigualdade.Éamesmaconclusãoapresentada
emestudos comparativos sobre gastos comalimentação
entre países de baixa, média e alta renda. Naqueles com
menoresníveisde renda
per capita
aspopulaçõesdebaixa
renda tendema reduzir os gastos comoutros alimentos,
tais como arroz e tubérculos, proporcionalmente, além
de incorporar produtos de maior valor agregado ao car-
dápio diário. Demodo geral, procurammudar os hábitos
alimentares namesma direção dos hábitos já consolida-
dosnaspopulaçõesmais ricas, comaumentodademanda
por fontes de caloriasmais caras e por alimentos proces-
sadosmais sofisticados.
Numbufê diversificado, podendo escolher coisas gos-
tosas, não é de esperar que os brasileiros enchamo prato
comarroz e feijão. Não deverão abandonar esse ícone da
nossa cultura alimentar, mas simbalancear a dieta com
asmassas, sushis, ceviches, tacos, entre outras possibili-
dades que omundopossa oferecer para sua alimentação,
nutriçãoeprazer. Commaisdinheironobolso, obrasileiro
tenderá a sermais gourmet, determinando a democrati-
zação do luxo e a alimentação premium.
A cultura gastronômica de umpaís evolui conforme a
renda e o nível educacional aumentam. A renda concede
a liberdadedeescolhaeapossibilidadededar um
upgrade
na cesta de alimentos. Educação e informação sobre gas-
tronomia permitemo reconhecimentodas diferenças de
qualidade entre as marcas, identificação dos alimentos
considerados especialidades, de alimentos de diferentes
etnias, entre vários aspectos presentes no universo
foo-
die
. Além do maior prazer proporcionado, os alimentos
mais sofisticados tendem a ser incorporados à cesta de
consumo como símbolos de status e de ascensão social.
NoBrasil, osconsumidoresemergentesdeverãopromo-
ver a democratização do luxo, isto é, tornar de consumo
habitual produtos como apicanhapara churrasco. Vários
outros produtos deixarão de ser considerados nobres e
exclusivos dos mais ricos, tais como o creme de leite ou
o pão de fôrma industrializado. Por outro lado, os mais
ricos também deverão buscar seu
upgrade
de consumo,
comprandomais alimentos superpremium.
O crescimento dos consumidores LOHAS deverá
impulsionar o consumo de versõesmais saudáveis dos
alimentos processados, que passarão a incorporar grãos,
frutas, vegetais, amêndoas, fibras e ômega 3