Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  17 / 107 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 17 / 107 Next Page
Page Background

participação" que pode revolucionar o jogo das

relações de trabalho hoje praticadas (Gaudier, M.,

1988).

Tanto o trabalho em grupo como a

participação dos empr egados nas decisões

empresariais têm comportado uma variedade de

entendimentos. A participação dos empregados

pode ser vista como a simples participação em um

grupo de trabalho, até o en t end imen to da

participação como "o novo conceito de democracia

industrial e alavanca da reorganização estrutural e

da modernização das relações sociais" (Borzeix e

Linhart, 1988).

Em um trabalho de pesquisa realizada

junto a associados da ABINEE, Associação

Brasileira da Indústria Eletro-Eletrônica, e da

ANPAR,

As s o c i a ç ão

Na c i on al

de

Administração Participativa (Albuquerque,

L.G. - 1991), pôde ser constatado que entre as

97 emp r e s as r e s p o n d e n t e s, 60 h a v i am

implantado a l guma moda l i dade de gestão

participativa; porém o entendimento sobre o

significado de gestão participativa ia

desde um

simples grupo de CCQ

na fábrica até um

c on j un to i n t e g r ado de e xp e r i ê n c i as

participativas nos diversos níveis da empresa,

ou seja, uma nova forma gerencial.

De acordo com Davis e Newstrom (1989),

participação é o "envolvimento mental e emocional

de pessoas em situações de grupo que as encorajam

a contribuir para os objetivos do grupo e dividir

suas responsabilidades". O envolvimento mental e

emocional está além da mera atividade muscular,

incluindo o envolvimento com a tarefa e o

envolvimento do

ego,

ou seja, é um envolvimento

psicológico e não apenas físico.

A participação pode criar condições

favoráveis à motivação das pessoas para contribuir,

na medida que lhes são dadas oportunidades de

libertar seus próprios recursos de iniciativa e

criatividade, visando os objetivos organizacionais.

Além disso, ajuda os empregados a entender e

classificar seus caminhos em direção a estes

objetivos. A terceira idéia embutida neste conceito

é a de que a participação encoraja as pessoas a

aceitarem responsabilidades nas atividades de seus

grupos, através de um processo social pelo qual as

pessoas se tornam

self-involved

em um grupo ou

organização.

Existe uma variedade de programas de

participação

( admi n i s t r ação

consultiva,

administração democrática, círculos de qualidade,

programas de sugestões, comitês de média gerência,

democ r ac ia individual etc.) com en f oques

específicos. A administração participativa ocorre

"quando a empresa usa um suficiente número de

programas para desenvolver um

senso generalizado

de envolvimento

entre seus empregados".

Há quem entenda a participação como "o

envolvimento em um grupo com responsabilidade

por um produto completo - o produto pode ser um

conjunto de recomendações, um plano, uma decisão,

uma solução para um problema em uma área de

trabalho, ou o próprio resultado da área de trabalho"

(Kanter, Rosabeth M. - 1985). A

participação

é

equiparada ao trabalho em grupo, e a

administração

participativa

à "criação e orientação de um grupo

colaborativo mais amplamente consultado e

i nformado do que o usual, e que tem

responsabilidade por planejamento e alcance de

resultados". Os grupos minimizam as relações de

autoridade e as diferenciações organizacionais entre

os membros, exercitando um controle integrado

sobre suas operações internas.

A ANPAR adota um conceito amplo de

Administração Participativa, definindo-o em seu

estatuto como um "modelo de gestão humanizado

que emprega participativamente o trabalho e os

talentos humanos, baseando-se na equitativa

convergência de interesses com fornecedores,

empregadores, empregados e clientes".

Dimensões da Participação

Considerando ser o conceito de participação

ba s t an te amp lo e gené r i co, na aná l i se de

expe r i ênc i as emp r e s a r i a i s, é impo r t an te

considerar suas diferentes dimensões. Bernstein,

citado por Moggi (1991), sugere as seguintes

dimensões ao estudo da participação: a) grau de

i nf l uênc ia dos emp r egados, b) escopo da

participação e c) níveis organizacionais da

pa r t i c i pa ç ão. O grau de i n f l u ê n c ia dos

trabalhadores pode variar de uma influência

mínima (apenas recebendo i nformações da

empresa) até um grau ilimitado de influência,

quando eles tomam decisões autónomamente,

tendo os administradores o papel de suporte.