Empresa X -
A empresa profissionalizada
A empresa X atua no setor metal-mecânico,
fabricando embalagens. É uma empresa de capital
brasileiro pertencente a um grande grupo que atua
no ramo de construção civil; a empresa X foi criada
por seu presidente com objetivos de diversificação
de negócios. Desde seu início, a empresa teve
administração profissionalizada e foi crescendo
através de aquisições de outras empresas, tendo
atualmente quatro fábricas.
Atuando em um setor muito competitivo,
chegou a ser a primeira em lucratividade em seu
setor no ano de 1980. Entretanto, na recessão de
1983, enfrentou grandes dificuldades e passou por
um período de crise. As medidas tradicionais de
corte de cus t os p r oduz i r am r esu l t ados
insatisfatórios; em função disso, em 1985, a
empresa iniciou um processo que culminaria com .
a mudança em seu estilo de gestão. Este processo
incluiu a implantação de técnicas japonesas de
gestão da produção (
just in time, kanban, kaizen
etc) obtendo resultados surpreendentes. Os
gerentes começaram a descobrir que a adoção
destas técnicas exigia o envolvimento dos
empr egados e a abe r t ura dos cana is de
comunicação.
Da discussão dos objetivos resultou uma
ampla revisão dos princípios de relacionamento
da empresa com seus grupos de interesse. Evoluiu-
se de uma visão que privilegiava unicamente o
interesse do acionista (
shareholder
) para relações
de parceria com os diferentes
stakeholders
da
empresa (acionistas, fornecedores, clientes,
empregados etc) (Kochan, T. e Useen, M.). A
excelência na lucratividade continuou sendo
importante na relação com os acionistas. Com os
fornecedores foram desenvolvidas relações
visando privilegiar a garantia de fornecimento
dentro de condições adequadas de prazo, preço e
qualidade. No que se refere aos empregados,
definiu-se uma política de relação de longo prazo,
tendo como p r emi s s as a pa r t i c i pação, a
negociação, a qualificação e a política de não
demissão.
O passo seguinte foi a discussão ampla dos
objetivos da empresa, que foram reescritos de
forma participativa. Este processo mudou o
amb i en te da empr esa pela participação,
construindo um processo ganha/ganha com os
funcionários.
Foi implantado o projeto P.O., partindo do
reconhecimento das perdas e do desenvolvimento
de cursos de técnicas japonesas de gestão de
produção para todos os empregados, através de
multiplicadores. Paralelamente (por volta de 1991)
implantou-se um programa de participação dos
empregados nos resultados da empresa. A
organização do trabalho sofreu mudanças, na linha
de administração de pequenos grupos.
O p l ane j amen to e a administração
participativa tornaram-se um processo crescente e
cumulativo, com o envolvimento progressivo de
todos os empregados, desde o corpo diretivo até
aqueles do "chão de fábrica". Foi derrubada a idéia
de que era impossível planejar, e a empresa passou
por um processo de crescimento grande.
Entre os resultados obtidos, destacam-se:
a) a recuperação da situação de liderança em
lucratividade, por três anos seguidos; o lucro
vem crescendo acima da média do setor, todos
os anos, com participação dos empregados;
b) aumento da produtividade da força de
trabalho (cresceu 80% em oito anos);
c) diminuição do
lead-time
(caiu pela metade
no período);
d) queda drástica no
turnover
de pessoal e
acentuadas melhorias nas relações de trabalho.
Este processo longo de mudança é
considerado por seus atores como uma verdadeira
revolução administrativa e cultural na empresa.
Empresa Z - A empresa que
nasceu participativa
A empresa Z atua no setor eletrônico, na
área de telecomunicações. Esta empresa foi
criada por um pequeno grupo de engenheiros,
que trabalhavam no setor, insatisfeitos com as
relações de trabalho nas respectivas empresas.
No início, cerca de 8 anos atrás, passou
a funcionar nos fundos da residência de um
dos s ó c i o s. Ho j e, i n t e g ra um g r upo de
emp r e s as com a t u a ç ão em t odo o pa í s,
concorrendo, em um setor de tecnologia de
ponta, com grandes empr esas nacionais e
multinacionais.