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do presidente da Nestlé, aparentemente contra a

Walmart. Dizemos "aparentemente" porque, na

verdade, o Sr. Roland Meyer ajudou a promover a

Walmart, com as suas acusações de climping contra

a nova rede varejista.

Para os homens das agências fica clara esta

lição: a propaganda, como a cavalaria, já não é a

rainha das batalhas. Mas, da mesma forma que os

oficiais de cavalaria se tornaram o fulcro das

divisões motorizadas, caberá às agências de propa-

ganda encontrar uma nova maneira de monitorar

as novas armas de comunicação.

3. Real compreensão dos problemas do cliente

Todo cliente espera ser compreendido,

amado... e ajudado a vencer as suas dificuldades.

O chato desta história, como já dissemos, é que o

cliente, ele próprio, nem sempre tem consciência

clara de quais sejam estas dificuldades. Falam mal

do Pedro Malan, e conspiram contra o Gustavo

Loyola, sem se aperceber de que não há mais

retorno possível para a economia protegida e

ineficiente dos anos oitenta. Naturalmente, há muitos

exemplos de empresas ágeis e dinâmicas, que já

estão se preparando para tempos ainda mais difíceis

do que estes. E é certo, também, que cada setor, e

cada campanha, tem seus próprios problemas, bem

diferenciados. Mas, de um modo geral, todos

enfrentam uma nova conjuntura caracterizada pelos

problemas abaixo:

1. A manutenção do "brand-franchise" está

cada vez mais difícil, devido ao novo comportamento

do consumidor/usuário e também porque as

diferenças entre as várias marcas de um mesmo

produto ou serviço são cada vez mais tênues.

2. Tanto nos setores de bens de consumo,

como nos de bens ou serviços intermediários, as

nossas relações com os nossos fornecedores e

revendedores (ou usuários) estão cada vez mais

complexas, exigindo alianças estratégicas que

reduzem a nossa autonomia e as nossas margens

de lucros.

3. Antigamente, dizia-se que o domínio do

mercado dependia de duas coisas: a nossa presença

na mente do consumidor e a nossa força no ponto

de venda. Hoje essas velhas premissas fazem pouco

sentido. A mente do consumidor anda ocupada

demais, para que ele se mantenha leal a uma marca

em particular. E quanto ao ponto de venda, ele já

não é essencial para que uma venda se faça.

Existem mil outras maneiras de vender, em geral

integrando a comunicação e a venda, que tornam

ociosa qualquer tentativa de ditar regras e dar ordens

ao caos. É preciso esperar que a poeira assente,

antes de nos arriscarmos a dizer

quantas

formas

novas de vender existem hoje. A loja virtual, assim

como o banco virtual, já não são meras figuras de

retórica. Como se situará o nosso cliente, neste novo

contexto? Que papel a propaganda (como a

definimos hoje) desempenhará então? E (last, but

not the least) qual será o lugar reservado para as

agências de propaganda, nesse mundo novo?

Note o leitor que essas perguntas não são

elocubrações acadêmicas sobre hipóteses que

poderão ser comprovadas a longo prazo. Trata-se

de preocupações realistas, sobre coisas que já estão

ocorrendo e deverão acelerar-se nos próximos anos.

Em suma, essas perguntas são bons exemplos

do que chamamos de pensamento estratégico. Em

cada agência, pelo menos uma pessoa deveria

ocupar-se em buscar permanentemente respostas

para elas, à luz de seus próprios problemas e

oportunidades. De início, o exercício poderá parecer

frustrante. Mas quem perseverar verá que, pouco

a pouco, o futuro se tornará mais claro. E as decisões

serão tomadas com maior dose de segurança,

mesmo nas condições de incerteza crônica que hoje

constituem a regra, dentro e fora de nossas

organizações.

O problema dos custos operacionais

Para completar o panorama acima, não

podemos deixar de citar o problema dos custos

operacionais das agências, cada vez mais elevados,

devido à queda da inflação. Como se isto não

bastasse, os clientes aumentam a pressão pela

redução da comissão de agência, pois eles próprios

estão sendo obrigados a trabalhar com margens

cada vez menores.

Dentro deste quadro, parece não haver outra

saída a não ser a redução constante dos custos

operacionais, às vezes com prejuízo até mesmo da

qualidade e abrangência dos serviços prestados aos

clientes. Gostaríamos de fazer uma advertência

contra esta tendência, por mais inevitável que ela

pareça. Na verdade, os clientes querem as duas