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setembro/outubrode2014|

RevistadaESPM

83

empresas que mais investiram no

e-commerce não tiveram lucro,

e sim prejuízo. As organizações

precisam prestar mais atenção à

chamada jornada do cliente. Vive-

mos um período, iniciado em 2012,

que estão chamando no varejo de

Década da Mudança. A geração de

pessoas nascidas no fim da década

de 1990 agora está fazendo com-

pras no varejo. Essas pessoas com-

pram menos por impulso e mais

por consulta. Isso significa que,

cada vez mais, entender a jornada

desse cliente e a maneira de como

ele faz a compra é que vai demons-

trar a diferença. Compra boa hoje é

a que gera benefício. Dez por cento

de desconto se pagar com dinhei-

ro? Pode não valer a pena contra o

benefício de acumular milhas no

cartão de crédito para passagens

aéreas.

Alexandre

— E o que a TI oferece para

as empresas diante desse desafio?

Sergio

— Até 2020, quem vai fazer

a maioria das compras é aquele

consumidor que nasceu nos anos

2000, o nativo digital. Meu filho,

que nasceu em 2000, pensa e age

diferente. Então, ele vai comprar de

forma diferente. Quando me pede

para comprar alguma coisa, ele já

olhou num e-commerce, já rastreou

o Reclame Aqui e já vem com uma

opção de compra definida. Eu não.

Eu ainda vou à loja, quero olhar,

quero tocar. Isso vai passar. Vai

ficar mais confortável para o e-

commerce, um mercado que está

ficando mais maduro.

Alexandre

— Os varejistas locais

estão preparados para esse novo ce-

nário?

Sergio

— Hoje, dá para contar nos

dedos de uma mão as empresas bra-

sileiras que realmente conseguem,

na internet, atender e entender o

seu usuário. Essas já começam a ter

uma melhor margem e um melhor

crescimento no e-commerce.

Alexandre

— Um gráfico da pesquisa

“QI digital” trata das cinco principais

tecnologias estratégicas e da impor-

tância que cada uma delas vai ter

para cada tipo de empresa nos próxi-

mos anos. Há alguma tecnologia que

a gente possa dizer que, isoladamente,

é a mais relevante para um período de

três a cinco anos?

Sergio

— Tem quatro letrinhas que

vão fazer a transformação daqui

para frente: SMAC —

social

,

mobile

,

analytics

e

cloud

. Essas quatro tecno-

logias irão fazer toda diferença. E a

integração delas num conjunto.

Alexandre

— Por que elas são as mais

importantes?

Sergio

— Porque são aquelas que

têm condições de trazer alguma

coisa nova pa ra uma empresa .

O “social ”, por exemplo. Na hora

em que as empresas brasileiras

começarem a entender que podem

fazer vendas pelo Facebook, isso

vai provocar transformação. Basta

você ver os planos do governo para

banda larga grátis para perceber

que o

mobile

tem de ser fortemente

considerado. Faz tempo que não

vejo propaganda de carro dizer

que um motor tem tantos HPs.

Falam da mobilidade proporciona-

da pela tecnologia embarcada. O

“analytics” tem a ver com aquela

questão dos

insights

. E o

cloud

sig-

nifica que, cada vez mais, a gente

tem de pagar por uso. Se pago água

por uso e energia elétrica por uso,

eu preciso pagar TI por uso. Não

faz mais sentido montar essas es-

truturas enormes e pagar por uma

ociosidade. É preciso mudar esse

modelo. Por isso, essas quatro le-

tras vão causar grandes mudanças

no futuro.

Emcinco anos, teremos dez vezes

mais dados gerados por coisas do que

por pessoas. Trabalhar bemesses

dados será o diferencial competitivo

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