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Estratégia

Revista da ESPM

| setembro/outubrode 2014

86

G

ames que vendemautomóveis. Campanhas

criadas em tempo real nas redes sociais.

Anúnciodeimóveisqueaceitabitcoinscomo

formadepagamento.Ofertadeserviçosban-

cáriosviacelular.Hámenosdedezanos,essasquatroações

seriamapenas partedo roteirodeumfilmedeficção cien-

tífica. Hoje, todas essas estratégias — surgidas a partir das

tecnologias da informação— já constamdoplanejamento

de marketing de grandes anunciantes, como Fiat, Coca-

Cola, Tecnisa e Bradesco. O que essas empresas têm em

comum?Na vanguarda domarketing do século 21, todas

elas já perceberam que “o meio não é mais a mensagem.

A informática não temmais nada a ver com computa-

dores, mas sim com a vida das pessoas”, como afirma

Nicholas Negroponte, fundador do Laboratório deMídia

do MIT e autor do livro

A vida digital

(Cia. das Letras,

1995). “A era industrial, dos átomos, deu-nos o conceito

de produção emmassa e, comele, economias que empre-

gam operários uniformizados e métodos repetitivos na

fabricação de um produto num determinado espaço ou

tempo. Aerada informaçãoedos computadoresmostrou-

nos asmesmas economias de escala, masmenos preocu-

pada como espaço e o tempo. Na era da pós-informação,

opúblico que se temé, comfrequência, compostode uma

única pessoa. Tudo é feitopor encomenda, e a informação

é extremamente personalizada.”

É nesse novo ambiente que orbita omarketing 3.0, de

Philip Kotler, ou ainda as inúmeras previsões de como

será o futuro da indústria da comunicação. Para Negro-

ponte, as mudanças acompanham a vida digital, que é

quase genética emsua natureza, uma vez que cada gera-

ção émais digital do que a anterior. “Ainda assim, o alto

escalão das companhias de telefonia costuma recitar o

jingle ‘qualquer coisa, a qualquer hora, emqualquer lugar’

como se fosse umpoema àmobilidademoderna. Minha

meta, porém (e suspeito que a sua também), é a de ‘nunca

nada ter e em lugar algum’, a não ser que se trate de algo

oportuno, importante, divertido, relevante ou capaz de

cativar minha imaginação.” A tese é descrita por ele no

capítulo “Horário nobre é o meu”, do livro

A vida digital

.

“A lógica da TV será superada por agentes inteligentes,

que irão selecionar informações de acordo com a orien-

tação do usuário, filtrar os dados a partir das preferên-

cias de cada um, e apresentar esse conteúdo no horário

mais apropriado.”

Opost ”nóna garganta” feito pela Coca-Colano Twitter

e no Facebook logo após a derrota da seleção brasileira

por 7 a 1 contra aAlemanha teve dez vezesmais

engajamento do que umpost normal nas redes sociais