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setembro/outubrode2014|

RevistadaESPM

91

cujopúblicoestá restritoa12mil clientes seletos, que têm

acessoà compradeumapartamento.” Para ele, compensa

mais investir no Google AdWords. “Trabalhamos com

mais de 700mil palavras-chave, que foramselecionadas

nos últimos dez anos. Tal prática nos permite colecionar

cases curiosos, comoavendadeumapartamentoparaum

internauta que digitou a palavra gravidez com ‘s’.”

Administrando uma verba anual demarketing equiva-

lente aR$70milhões (incluindoaçõesnopontode venda,

como o apartamento decorado), Busarello afirma que o

desenvolvimento dos sistemas de informação gerou um

excesso de informações que deixou a vida do profissio-

nal de marketing muito mais complicada. “Hoje, temos

no mercado um volume crescente de informação

versus

umnúmerodecrescente de cérebros. Pormaior que seja o

departamento demarketing de uma empresa, é impossí-

vel processar tantos dados a respeito dos clientes. Tenho

saudades de quando umamala-direta era capaz de resol-

ver a comunicação”, brinca Busarello. “Agora, além do

trabalho diário, reservo 10%domeu tempo para analisar

as tendências demercado.”

O meio não é mais a mensagem!

Para JoãoCiaco, diretordepublicidadeemarketingde rela-

cionamentodaFiat,cadavezmaisasmensagenssãoomeio

enãoocontrário,conformeproclamouMarshallMcLuhann,

nadécadade1960. “Issosignificaquenão temosdepensar

de antemão como iremos compor omix demeios, quanto

vamosinvestiremcadamídia,comovamosnegociarnossa

participaçãonoscanaisparadepoisdecidirmosoqueneles

vamosveicular”, detalhaoexecutivo, ressaltandoqueesse

movimentodevesernadireçãooposta.“Éprecisopensarno

consumidor, noque lheémais relevanteepertinenteeque

interações vamos comele construir para, a partir daí, ver

quais asmídias quemelhor se ajustamàs histórias e rela-

ções que, comas pessoas, queremos desenvolver.”

Ele acrescenta ainda que esse movimento faz parte

da revolução baseada no uso intensivo dos sistemas de

informação, que está criando uma nova indústria, a do

data science

— disciplina que já é destaque emrenomadas

escolas, comoMITeBerkley, por detalhar a capacidadede

reconhecer, processar, analisar e transformar dados em

conhecimento aplicável. “Estamos vivendoummomento

no qual tudo o que pode ser quantificado e analisado —do

nosso código genético ao nosso comportamento — gera

conhecimento. Na Fiat, estamos aprendendo e experi-

mentando todos os dias ao mapear perfis e comporta-

mentos de compra de uma forma cada vez mais exata, o

que já nos permite falar one-to-one em escala”, salienta

Ciaco. “Tambémestamos incorporandonovos processos

demídiae trabalhandocomprogramáticaeperformance,

o que é algo bastante novo. Como tempo, vamos incorpo-

rar pensamentos deperformance que irão valorizar tanto

a eficiência quanto a eficácia do processo.”

Para exercer a prática desse novomarketing, o depar-

tamento deCiaco passou a ser composto por estatísticos,

redatores, profissionais demídia programática, especia-

listas emanálisesde comportamento, designers, historia-

dores emultidisciplinares. “São osmovimentos comple-

mentares (algumas vezes vistos como contraditórios) que

caracterizamo fazermarketing atualmente: junto coma

racionalizaçãodo

fact based

desenvolvemos o

storytelling

;

com a engenharia da mídia programática propomos as

estratégias de

brand content

; com a mensuração dura

JoãoCiaco, daFiat: ”Estamos aprendendo e experimentando

todos os dias aomapear perfis e comportamentos

de compra de uma forma cada vezmais exata, o que já

nos permite falar one-to-one, emescala”

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