janeiro
/
fevereiro
de
2010 – R E V I S T A D A E S P M
163
José Luiz
Tejon
mundiais apontam para 20% do total
doPIBglobal,ovalorda informalidade
na economia. Algo em torno de US$
14 trilhões, oequivalenteaumEstados
UnidosdaAmérica!
Essa rede informal resistee seabastece
com logística“dribladora”,com“obrei-
ros”anônimos, comvendedoraseven-
dedoresque trabalhammuitoe,muitos
deles,prestandoserviçosefidelizando
clientesparabotarinvejaemmuitagen-
tedo lado formal.Omicrocosmocria
uma teia informal, dentrodela ocorre
ocrédito,acobrançaeumacadeiade
valor que vai da imitação e cópiadas
grifes valorosas a alternativas diferen-
ciadasdeprodutosde todosos tipos.
Navisãoglobaldoplaneta,outramon-
tanha dedinheiro existe no crime, na
ilegalidade, na lavagem de dinheiro.
Dados anteriores apresentavam um
valor de cerca de US$ 1 trilhão, o
montantedosnegócioscriminososno
mundo. Pessoalmente acreditaria ser
muito mais, pois apenas no México
estima-se o movimento do narcotrá-
rifo emUS$40bilhões anuais. E esta
rede também atua cada vezmais em
sistemasinterdependentes,ligadosnão
só ao crime em si, mas ramificados
na informalidade de outros produtos
e serviços emesmona transformação
dodinheirosujoemlimpo,passando-o
paraaeconomia formal.
Nas novas leis domundo globaliza-
do, o que podemos ler atentamente
ao decifrarmos o gene e oDNA dos
negócios e da economia, é que, de
verdademesmo,éasociologiaagera-
dorados fatoseconômicos. Éopoder
da carga genética do aprendizado e
dacriatividade inseridanacabeçade
um ser humanoque altera omundo.
“
O que um boi possa fazer não alte-
rará a história da boiada.Mas o que
umhomemfizer,podemudar todoo
destino da humanidade
.” (Professor
VictorMegido)
Uma nova contabilidade precisa ser
criada e efetivada. O valor da natu-
reza, o preço da fotossíntese, a qual
consumimosemtornode40%detoda
biomassa do planeta. A absorção de
custos de poluição. A Tropicana, da
Pepsico, avaliouquanto emitimos de
carbononoconsumodeuma jarrade
dois litrosdesucode laranja:1,75kg;
desde a produçãonos laranjais até o
copodoconsumidor.Areciclagemde
efluentes, osdespejos tóxicos e todas
asexternalidadesocultasaoPIB.Além
desses aspectos não sustentáveis, o
que tem significado na terra o roubo
do futuro, para realizaçãonopresen-
te, as realidades também apontam
para as permutas, escambos, ações
de voluntariado, cuidadores de en-
fermos, produçãocaseira, agricultura
de subsistência, o cooperativismo,
cuidados paternos. Isso quer revelar
uma abundância imensa de riquezas
jáexistentes, nãocontabilizadas.
UmPIBglobaldequaseUS$70trilhões
émuitooupouco? Perante tudooque
analisamos, trata-se de uma contabi-
lidade fora de moda, inadequada e
demonstradora de uma escassez não
legítima. O que aparece nos números
formaiséapenasapontadeumgigan-
tesco“iceberg”.Aconstruçãodagestão
universaldoplanetapassa,antes,porum
profundomergulhonoqueexistedever-
dadeemcadamicro-organização.Passa
porestudareapresentarosreais“cases”
virtuosos, onde jápodemos tocar ede-
monstrarqueaglobalizaçãoéensinada,
aocustodasexperiênciasconcretas,por
redes exemplares que integrammicro-
gestores,pequenaspopulaçõeseque,a
partir dessesmicrocosmos, as barreiras
tarifárias,oprotecionismo,axenofobia,
a governança pública egocentrada na
disputa político-partidária pelo poder
irão sucumbir. O tempo não se sabe.
Mas, com certeza, muitomais rapida-
mentedoquenoséculopassado.
Os sinais reais jápodemos ter, nopró-
prio exemplo de grandes corporações
privadas que têm superado o tempo
e todas as crises. Quando oWalmart
defineumaregradojogogloballigando
suas decisões de negócios a reduzir
dramaticamente o impacto sobre o
meio ambiente, podemos inferir suas
consequências supra-governamentais
oudeprotecionismosdeblocos regio-
nais.Mudou a regra, mudou o nome
do jogo. Um novo custo criativo é
conclamado. O “fairtrade” cresce na
novaconcorrência.Umanovaordeme
orquestraçãodemilhõesdefornecedo-
res,consumidoresedecolaboradoresé
acionadanumrumonorte,deoceanos
“azuis”distintosdosanteriores.
Comércio justoou,em inglês,
fairtrade
éumdospilaresda sustentabilidade
econômicaeecológicaquebuscao
estabelecimentodepreços justos, pa-
drões sociais eambientais equilibrados.
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Divulgação
